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OUTRO LADO
Para ministro, não há nada ilegal
DO COLUNISTA DA FOLHA
Confrontado com os dados recolhidos pela Folha, o ministro
Romero Jucá reconheceu que
pertence a seus filhos a empresa
que explora a TV Caburaí, retransmissora da Rede Bandeirantes em Boa Vista. "De ilegal não
tem nada", disse. Juca não conversou diretamente com a Folha.
Manifestou-se por meio de sua
assessoria. Disse que a "produtora" de seus filhos (Uyrapuru Comunicações) não é dona da concessão de TV. "Apenas prepara o
material que é veiculado."
Segundo o ministro, a operação
é necessária porque a Fundação
Roraima, dona da outorga do Ministério das Comunicações, "não
possui nem dinheiro nem estrutura para operar o canal".
Jucá disse que, de fato, a Uyrapuru funciona num imóvel que já
lhe serviu de residência. Cedeu-o
aos filhos. Do mesmo local, é irradiado o sinal da TV Caburaí.
Pela primeira vez, Jucá reconheceu algum tipo de participação na
Fundação Roraima. Ele nega envolvimento nos desvios apontados pela Receita Federal.
Admite apenas ter sido um dos
fundadores da entidade. "Não foi
uma iniciativa isolada, mas de várias pessoas", disse.
Jucá reconheceu também ter
transferido para Márcio Vieira
Oliveira cotas na sociedade que
mantinha com a Fundação Roraima em torno da TV Caburaí. Disse que a transação não envolveu
dinheiro por tratar-se de uma organização sem capital, vinculada
a uma fundação filantrópica.
O ministro explicou por que
seus filhos não tiveram de desembolsar nada no instante em que
adquiriram a Uyrapuru: "Eles
compraram uma empresa endividada. E assumiram as dívidas".
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