São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Massacre de sem-terra faz 12 anos e reclamações de assentados não mudam

EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A ELDORADO DO CARAJÁS (PA)

Antigas queixas, algumas delas presentes desde o massacre de Eldorado do Carajás, exatos 12 anos atrás, ainda fazem parte da rotina das famílias do assentamento 17 de Abril, a cerca de 20 km do centro da cidade paraense.
A Folha visitou ontem o projeto e ouviu dos assentados reclamações antigas referentes a saneamento, escola, crédito para a construção de casas, energia nos lotes e, principalmente, punição aos responsáveis pelo massacre de 17 de abril de 1996.
Nesse dia, 155 PMs, numa operação para desobstruir a rodovia PA-150, mataram 19 lavradores ligados ao MST e deixaram outros 69 feridos. Únicos condenados, os comandantes da operação, coronel Mário Colares Pantoja e major José Maria de Oliveira, aguardam em liberdade a análise de recursos.
Um ato em homenagem aos mortos será organizado hoje, no local do massacre.
Dezenas dos sobreviventes estão em Eldorado do Carajás. Há 12 anos, aguardam indenização, prometida seguidas vezes. Alguns têm balas alojadas em seus corpos.
Em 1997, dada a repercussão do caso, o então governo federal tucano desapropriou área de 19 mil hectares e assentou 687 famílias. Hoje, diz a associação local, cerca de 4.000 pessoas vivem no 17 de Abril. Não há espaço nem infra-estrutura para todos.


Texto Anterior: Memória: Presidente da Vale disse que MST devia bater na porta da Caixa
Próximo Texto: Janio de Freitas: Uma visão sem reservas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.