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Massacre de sem-terra faz 12 anos e reclamações de assentados não mudam
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A
ELDORADO DO CARAJÁS (PA)
Antigas queixas, algumas
delas presentes desde o massacre de Eldorado do Carajás,
exatos 12 anos atrás, ainda fazem parte da rotina das famílias do assentamento 17 de
Abril, a cerca de 20 km do
centro da cidade paraense.
A Folha visitou ontem o
projeto e ouviu dos assentados reclamações antigas referentes a saneamento, escola,
crédito para a construção de
casas, energia nos lotes e,
principalmente, punição aos
responsáveis pelo massacre
de 17 de abril de 1996.
Nesse dia, 155 PMs, numa
operação para desobstruir a
rodovia PA-150, mataram 19
lavradores ligados ao MST e
deixaram outros 69 feridos.
Únicos condenados, os comandantes da operação, coronel Mário Colares Pantoja
e major José Maria de Oliveira, aguardam em liberdade a
análise de recursos.
Um ato em homenagem
aos mortos será organizado
hoje, no local do massacre.
Dezenas dos sobreviventes
estão em Eldorado do Carajás. Há 12 anos, aguardam indenização, prometida seguidas vezes. Alguns têm balas alojadas em seus corpos.
Em 1997, dada a repercussão do caso, o então governo
federal tucano desapropriou
área de 19 mil hectares e assentou 687 famílias. Hoje, diz
a associação local, cerca de
4.000 pessoas vivem no 17 de
Abril. Não há espaço nem infra-estrutura para todos.
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