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Deputado vai ter R$ 60 mil para gabinete
Câmara reajusta verba para contratações sem concurso público, que era de R$ 51 mil
Líderes da base aliada e da oposição concordam com aumento; expectativa é que com as eleições haja mais empregos no Legislativo
MARIA CLARA CABRAL
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), confirmou ontem que
a verba de gabinete -usada para pagar o salário de funcionários contratados sem concurso- subirá dos atuais
R$ 50,8 mil ao mês para
R$ 60 mil. O impacto anual na
folha será de R$ 61,4 milhões.
O reajuste foi calculado com
base no IGP-M (15,13% no período), o maior índice inflacionário entre os seis usados pelo
Banco Central, mais 2,9%, percentual que, segundo Chinaglia, equivale ao "ganho real".
"Perdemos mais uma chance
de estabelecer critérios justos.
Vai ter gente achando que o
parlamentar vai contratar mais
nas eleições. Mesmo quem não
tem candidato sempre apóia alguém", disse o deputado Chico
Alencar (PSOL-RJ).
A verba de gabinete é usada
para a contratação de no mínimo cinco e no máximo 25 funcionários por gabinete. Hoje a
Câmara conta com cerca de
9.500 deles, cujos salários vão
de R$ 721 a R$ 8.040.
O último reajuste foi concedido em dezembro de 2005, retroativo a março daquele ano.
Além da verba de gabinete e
do vencimento de R$ 16,5 mil
por mês, cada parlamentar tem
direito a receber R$ 16,5 mil no
final e no começo de cada ano
legislativo, R$ 3 mil de auxílio
moradia, R$ 4,2 mil de cota
postal, R$ 15 mil de verba indenizatória e auxílio para passagem aérea -que varia de
R$ 4,4 mil (para parlamentares
que moram no Distrito Federal) a R$ 17,6 mil (para os que
moram em Roraima). Ou seja, o
deputado que mais ganha com
passagem recebe em fevereiro,
por exemplo, R$ 72,9 mil.
Chinaglia afirmou que o aumento não implicará ônus aos
cofres públicos. Segundo ele, o
valor será compensado pelo dinheiro recebido com a venda da
administração da folha de pagamentos à Caixa Econômica
Federal e ao Banco do Brasil.
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