São Paulo, sábado, 17 de abril de 2010

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Dilma lidera apoio de prefeitos de MG

Nos 50 maiores colégios eleitorais, 22 prefeitos devem apoiar a petista, enquanto 13 defendem Serra

Apesar de ser ligado a Aécio Neves, Márcio Lacerda (PSB), de Belo Horizonte, rejeita o candidato do PSDB; voto "Dilmasia" não é expressivo


FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos 50 municípios com maior número de eleitores em Minas Gerais, Estado considerado crucial por petistas e tucanos para a definição da eleição presidencial, a pré-candidata Dilma Rousseff tem mais apoio de prefeitos que José Serra.
Levantamento feito pela Folha nos maiores colégios eleitorais de Minas, que, juntos, representam 51% do eleitorado mineiro, revela que pelo menos 22 prefeitos farão campanha para a candidata do presidente Lula contra 13 que darão apoio a Serra. Dois prefeitos apoiam Marina Silva (PV) e os outros 13 dizem que ainda não definiram que candidato vão apoiar.
O levantamento mostra que Dilma atrai pelo menos três prefeitos fiéis ao governador Aécio Neves (PSDB) e indica possíveis dissidências entre representantes de partidos da coalizão de Serra. Dois prefeitos do PPS, um do DEM e até um do PSDB afirmam estar indecisos entre Serra e Dilma.
O esforço dos tucanos em conquistar o eleitorado de Minas Gerais é diretamente proporcional à busca pelo engajamento efetivo de Aécio na campanha de Serra. Apesar das negativas, o PSDB ainda sonha em tê-lo como vice do paulista.
"Aécio e Serra vão começar a trabalhar em Minas agora", afirma o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB. Até agora, segundo prefeitos declaradamente pró-Serra, não houve pedido explícito de Aécio pelo correligionário.
Diante do cenário pró-PT no segundo maior colégio eleitoral do país, os tucanos apostam em eventos como o marcado para segunda-feira, quando Serra vai a Belo Horizonte para um ato de aclamação da pré-candidatura dele com lideranças estaduais e a presença de Aécio.
Um dos principais problemas de Serra está na capital mineira, que concentra praticamente o mesmo número de eleitores que o 1,73 milhão sob o guarda-chuva de prefeitos que declararam apoio a ele.
Contabilizado no campo dos indecisos, o prefeito de BH Márcio Lacerda (PSB) é o segundo mais bem avaliado do país, segundo o Datafolha, e tem como padrinho político Ciro Gomes, que ainda almeja a Presidência pelo PSB e é inimigo de Serra. Apesar da afinidade com Aécio, o apoio formal de Lacerda a Serra está descartado. E, a depender da definição do quadro político para a sucessão no governo mineiro, Lacerda pode fazer campanha para Antonio Anastasia (PSDB).
O "ex-poste", que precisou da ajuda de Aécio e do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) para ser eleito, pode se tornar o mais emblemático caso do voto "Dilmasia", um híbrido que vem sendo rechaçado pela campanha de Serra e foi citado pela própria Dilma em visita a BH.
Apear de negar oficialmente a preocupação, o próprio PSDB deu ao encontro de segunda-feira o nome de "Minas é Serra e Anastasia", na tentativa de transferir a popularidade de Aécio a Serra no Estado, onde, nas duas últimas eleições, os eleitores preferiram Lula.
O levantamento da Folha, porém, mostra que o "Dilmasia" tem adeptos, apesar de não ser um movimento expressivo. Além de Lacerda, há prefeitos que não descartam apoio à dobradinha Dilma-Anastasia.
"Complicado, viu? Eu estou gostando do trabalho do Lula. O Dilmasia é que seria legal, aí matava", diz o prefeito de Pará de Minas, Zezé Porfírio (PR), aliado de Aécio, após pergunta sobre qual seria sua posição se o ex-governador mineiro lhe pedisse apoio a José Serra.
No berço político da família Neves, São João Del Rei, o prefeito Nivaldo Andrade (PMDB) diz que vai apoiar quem Aécio mandar, mas que, até agora, Aécio só pediu campanha para Anastasia. Para Serra, nada.
"Os prefeitos estão declarando intenção de voto. Até as eleições, tudo pode mudar", explica o presidente do PSDB em Minas, Nárcio Rodrigues.


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