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Dilma lidera apoio de prefeitos de MG
Nos 50 maiores colégios eleitorais, 22 prefeitos devem apoiar a petista, enquanto 13 defendem Serra
Apesar de ser ligado a Aécio Neves, Márcio Lacerda (PSB), de Belo Horizonte, rejeita o candidato do PSDB; voto "Dilmasia" não é expressivo
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos 50 municípios com
maior número de eleitores em
Minas Gerais, Estado considerado crucial por petistas e tucanos para a definição da eleição
presidencial, a pré-candidata
Dilma Rousseff tem mais apoio
de prefeitos que José Serra.
Levantamento feito pela Folha nos maiores colégios eleitorais de Minas, que, juntos, representam 51% do eleitorado
mineiro, revela que pelo menos
22 prefeitos farão campanha
para a candidata do presidente
Lula contra 13 que darão apoio
a Serra. Dois prefeitos apoiam
Marina Silva (PV) e os outros 13
dizem que ainda não definiram
que candidato vão apoiar.
O levantamento mostra que
Dilma atrai pelo menos três
prefeitos fiéis ao governador
Aécio Neves (PSDB) e indica
possíveis dissidências entre representantes de partidos da
coalizão de Serra. Dois prefeitos do PPS, um do DEM e até
um do PSDB afirmam estar indecisos entre Serra e Dilma.
O esforço dos tucanos em
conquistar o eleitorado de Minas Gerais é diretamente proporcional à busca pelo engajamento efetivo de Aécio na campanha de Serra. Apesar das negativas, o PSDB ainda sonha em
tê-lo como vice do paulista.
"Aécio e Serra vão começar a
trabalhar em Minas agora",
afirma o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do
PSDB. Até agora, segundo prefeitos declaradamente pró-Serra, não houve pedido explícito
de Aécio pelo correligionário.
Diante do cenário pró-PT no
segundo maior colégio eleitoral
do país, os tucanos apostam em
eventos como o marcado para
segunda-feira, quando Serra
vai a Belo Horizonte para um
ato de aclamação da pré-candidatura dele com lideranças estaduais e a presença de Aécio.
Um dos principais problemas de Serra está na capital mineira, que concentra praticamente o mesmo número de
eleitores que o 1,73 milhão sob
o guarda-chuva de prefeitos
que declararam apoio a ele.
Contabilizado no campo dos
indecisos, o prefeito de BH
Márcio Lacerda (PSB) é o segundo mais bem avaliado do
país, segundo o Datafolha, e
tem como padrinho político Ciro Gomes, que ainda almeja a
Presidência pelo PSB e é inimigo de Serra. Apesar da afinidade com Aécio, o apoio formal de
Lacerda a Serra está descartado. E, a depender da definição
do quadro político para a sucessão no governo mineiro, Lacerda pode fazer campanha para
Antonio Anastasia (PSDB).
O "ex-poste", que precisou da
ajuda de Aécio e do ex-prefeito
Fernando Pimentel (PT) para
ser eleito, pode se tornar o mais
emblemático caso do voto "Dilmasia", um híbrido que vem
sendo rechaçado pela campanha de Serra e foi citado pela
própria Dilma em visita a BH.
Apear de negar oficialmente
a preocupação, o próprio PSDB
deu ao encontro de segunda-feira o nome de "Minas é Serra
e Anastasia", na tentativa de
transferir a popularidade de
Aécio a Serra no Estado, onde,
nas duas últimas eleições, os
eleitores preferiram Lula.
O levantamento da Folha,
porém, mostra que o "Dilmasia" tem adeptos, apesar de não
ser um movimento expressivo.
Além de Lacerda, há prefeitos
que não descartam apoio à dobradinha Dilma-Anastasia.
"Complicado, viu? Eu estou
gostando do trabalho do Lula.
O Dilmasia é que seria legal, aí
matava", diz o prefeito de Pará
de Minas, Zezé Porfírio (PR),
aliado de Aécio, após pergunta
sobre qual seria sua posição se
o ex-governador mineiro lhe
pedisse apoio a José Serra.
No berço político da família
Neves, São João Del Rei, o prefeito Nivaldo Andrade (PMDB)
diz que vai apoiar quem Aécio
mandar, mas que, até agora,
Aécio só pediu campanha para
Anastasia. Para Serra, nada.
"Os prefeitos estão declarando intenção de voto. Até as eleições, tudo pode mudar", explica o presidente do PSDB em
Minas, Nárcio Rodrigues.
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