PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), anunciou anteontem que vai parcelar em até 24 meses, a partir de junho, o 13º salário dos servidores que não receberam em dezembro, na gestão anterior, por falta de recursos.
Ao mesmo tempo, Itamar disse que vai antecipar metade do 13º salário referente a este ano, o que totaliza cerca de R$ 175 milhões.
""O nosso 13º, de 99, vamos fazer o possível para pagar em duas parcelas, possivelmente em agosto e dezembro", disse Itamar, que convocou as lideranças dos servidores para reunião na segunda-feira.
O 13º salário de 1998 é devido a 318 mil servidores que recebem mais de R$ 300. Na gestão anterior, de Eduardo Azeredo (PSDB), 142 mil servidores receberam, sendo que o restante ele deixou para o seu sucessor pagar. O atrasado significa cerca de R$ 320 milhões.
Itamar já tinha feito essa distinção do ""seu" 13º salário no último dia 6, quando sugeriu que os servidores fossem até a casa de Azeredo para cobrar o que ele não pagou.
Os líderes dos servidores criticaram essa declaração de Itamar, afirmando que o Estado é quem deve, não o governador que saiu ou o que assumiu o governo. No dia seguinte, o secretário Alexandre Dupeyrat (Fazenda) amenizou a declaração de Itamar, dizendo que o governo pagaria o atrasado.
Itamar pediu a compreensão dos servidores na reunião de avaliação dos cem dias de governo, realizada na terça-feira, afirmando que outros governos demitiram até 40 mil funcionários ou estão reduzindo salários em até 35%, enquanto ele tem procurado manter o emprego e a renda, sem demitir.
""Estou prejudicando a segurança, a saúde e a educação para dar o mínimo aos senhores funcionários. Se não quiserem entender, se não quiserem compreender, aí é outro problema", disse. Da receita bruta de março (R$ 478 milhões), R$ 408 milhões foram gastos com a folha de pessoal e os respectivos encargos, segundo Dupeyrat.

Copasa
Itamar, antes de embarcar para Juiz de Fora, onde fica até hoje, disse que a venda de 49% das ações da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) ainda será ""estudada tecnicamente".


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