DA REPORTAGEM LOCAL

Sem o apoio consensual de seu partido, o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), 72, lança hoje sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. O lançamento oficial ocorrerá no início da tarde na Câmara Municipal de São Paulo. Os pepebistas aguardam mil pessoas no local.
A presença do presidente nacional do PP, Pedro Corrêa, assim como a do deputado federal Celso Russomano, que havia colocado seu nome na disputa pela indicação, não foi confirmada até o fechamento desta edição. Ao partido, Russomano disse ter um compromisso inadiável em Cuiabá, marcado há dias, e que, portanto, não poderia ir à cerimônia.
Corrêa protagonizou, na semana passada, uma polêmica com Maluf. Após a divulgação de novos indícios de que o ex-prefeito possui contas bancárias no exterior, Corrêa disse que deputados pepebistas haviam proposto a suspensão do ex-prefeito. A medida poderia tirar Maluf da disputa, ao deixá-lo sem uma legenda para concorrer. O presidente do PP era entusiasta da candidatura de Russomano em São Paulo como forma de renovar a sigla.
Na disputa com a prefeita Marta Suplicy (PT), pré-candidata à reeleição, e o presidente nacional do PSDB, José Serra, Maluf deverá explorar o fato de que pretende ficar na prefeitura até 2008.
"A candidatura de Maluf é para quatro anos. Não é um trampolim para outro cargo", declarou Jesse Ribeiro, ex-presidente estadual do PP e um dos integrantes do partido mais próximos de Maluf.
Petistas e tucanos acusam uns aos outros de que seus candidatos têm outras pretensões políticas com a eleição para a prefeitura: pretenderiam usar o pleito de outubro como caminho para o governo do Estado em 2006. Tanto Marta como Serra afirmam que pretendem ficar no cargo até o final do mandato, caso eleitos.
Maluf, que já foi derrotado seis vezes em eleições diretas, aparece em primeiro nas pesquisas de intenção de voto. Segundo a última sondagem do Datafolha, divulgada no final de março, o ex-prefeito tem 24% das intenções, contra 22% de Serra, e 17% de Marta.
Segundo Jesse Ribeiro, com o lançamento oficial da pré-candidatura de Maluf, o PP começará a articular alianças. "Vamos procurar partidos que ainda não estão comprometidos com outras candidaturas", disse, negando que Maluf terá dificuldade de fazer alianças devido ao desgaste político sofrido com as denúncias.


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