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Governistas ganham 1º embate da CPI do Apagão
Em sessão tumultuada, aliados impedem inclusão de pedido de informações ao TCU
Deputados da oposição ficaram irritados; para Gustavo Fruet (PSDB-PR), "a impressão que fica é a do rolo compressor mesmo"
SILVIO NAVARRO
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em sessão tumultuada, que
marcou o primeiro embate entre governo e oposição na CPI
do Apagão Aéreo, os partidos
aliados barraram a inclusão na
pauta de pedido ao Tribunal de
Contas da União para ter acesso a auditorias em contratos da
Infraero e da Aeronáutica.
O pedido de informações não
citava nenhum órgão do governo, mas a estratégia da oposição era requisitar as investigações em curso do tribunal nos
contratos assinados por Infraero, Anac e Aeronáutica.
Após discussão acirrada, o
requerimento foi rejeitado por
15 votos a 9. O argumento para
rechaçar o pedido foi que o requerimento "não tinha fato determinado" por não especificar
o órgão nem o período.
A mobilização dos governistas, capitaneada pelo PT e pelo
PMDB, irritou a oposição, que
tem minoria na CPI. Das 24 cadeiras, 15 são governistas, oito
da oposição e uma é neutra.
"Para votar um requerimento básico, cuja maioria das informações já foi até divulgada,
tivemos tanta dificuldade, imagine quando for algo mais investigativo. A impressão que fica é a do rolo compressor mesmo", afirmou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). "Amanhã [hoje] será instalada uma
CPI no Senado, e o que esta comissão deixar de fazer a outra
será pressionada a fazer."
O veto ao pedido de documentos do TCU foi a única votação nas duas horas de sessão.
O presidente da CPI, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), negou interferência do governo. "Esta CPI tinha um roteiro consensual, que começaria pelo acidente do avião da
Gol. Temos quatro meses ainda
e o papel desta CPI não é incriminar ninguém", disse.
No fim da sessão, o relator da
CPI, Marco Maia (PT-RS), leu
ofício enviado pelo Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito,
negando suposta falha de comunicação entre o avião da Alitalia que transportava o papa
Bento 16 e a torre de controle
de vôo de Recife (Cindacta-3).
Hoje depõem na CPI o coronel Rufino Antônio da Silva
Ferreira, presidente da comissão de investigação da Aeronáutica, e o brigadeiro Jorge
Kersul Filho, chefe do Centro
de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos.
CPI do Senado
Pressionado por partidos da
coalizão, o PT aceitou que a relatoria da CPI do Apagão Aéreo
no Senado fique com a oposição, mas impôs condições -a
CPI não poderá extrapolar o fato determinado para investigação e não terá sub-relatorias.
"Vamos nos ater ao que está no
requerimento de criação: tráfego aéreo, corrupção na Infraero
e acidente da Gol", disse o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO). O senador Tião Viana
(PT-AC) será o presidente da
CPI, que será instalada hoje.
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