São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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Governistas ganham 1º embate da CPI do Apagão

Em sessão tumultuada, aliados impedem inclusão de pedido de informações ao TCU

Deputados da oposição ficaram irritados; para Gustavo Fruet (PSDB-PR), "a impressão que fica é a do rolo compressor mesmo"


SILVIO NAVARRO
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em sessão tumultuada, que marcou o primeiro embate entre governo e oposição na CPI do Apagão Aéreo, os partidos aliados barraram a inclusão na pauta de pedido ao Tribunal de Contas da União para ter acesso a auditorias em contratos da Infraero e da Aeronáutica.
O pedido de informações não citava nenhum órgão do governo, mas a estratégia da oposição era requisitar as investigações em curso do tribunal nos contratos assinados por Infraero, Anac e Aeronáutica.
Após discussão acirrada, o requerimento foi rejeitado por 15 votos a 9. O argumento para rechaçar o pedido foi que o requerimento "não tinha fato determinado" por não especificar o órgão nem o período.
A mobilização dos governistas, capitaneada pelo PT e pelo PMDB, irritou a oposição, que tem minoria na CPI. Das 24 cadeiras, 15 são governistas, oito da oposição e uma é neutra.
"Para votar um requerimento básico, cuja maioria das informações já foi até divulgada, tivemos tanta dificuldade, imagine quando for algo mais investigativo. A impressão que fica é a do rolo compressor mesmo", afirmou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). "Amanhã [hoje] será instalada uma CPI no Senado, e o que esta comissão deixar de fazer a outra será pressionada a fazer."
O veto ao pedido de documentos do TCU foi a única votação nas duas horas de sessão.
O presidente da CPI, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), negou interferência do governo. "Esta CPI tinha um roteiro consensual, que começaria pelo acidente do avião da Gol. Temos quatro meses ainda e o papel desta CPI não é incriminar ninguém", disse.
No fim da sessão, o relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), leu ofício enviado pelo Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, negando suposta falha de comunicação entre o avião da Alitalia que transportava o papa Bento 16 e a torre de controle de vôo de Recife (Cindacta-3).
Hoje depõem na CPI o coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, presidente da comissão de investigação da Aeronáutica, e o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.

CPI do Senado
Pressionado por partidos da coalizão, o PT aceitou que a relatoria da CPI do Apagão Aéreo no Senado fique com a oposição, mas impôs condições -a CPI não poderá extrapolar o fato determinado para investigação e não terá sub-relatorias. "Vamos nos ater ao que está no requerimento de criação: tráfego aéreo, corrupção na Infraero e acidente da Gol", disse o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO). O senador Tião Viana (PT-AC) será o presidente da CPI, que será instalada hoje.


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