São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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PF vê "atitude culposa" de três controladores no caso do vôo 1907

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No dia do acidente do vôo 1907, os controladores de tráfego aéreo envolvidos não seguiram os procedimentos corretos para autorizações de vôo e para falhas de comunicações aeroterrestres previstos no manual da Aeronáutica e que poderiam ter evitado a colisão, que deixou 154 mortos no dia 29 de setembro do ano passado.
Por esse motivo, a Polícia Federal concluiu no relatório final do inquérito que pelo menos três controladores tiveram "atitude culposa" (colocaram em risco a segurança aérea de forma não-intencional).
O delegado Renato Sayão já indiciou os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paladino e recomendou ao Ministério Público Militar a abertura de um Inquérito Policial Militar para apurar a conduta de três controladores do Cindacta-1, que fica em Brasília.
A PF não tem competência para fazer o indiciamento porque eles são sargentos e estavam em atividade militar.
"Considerando que há indícios de erros cometido por controladores de vôo, (...) estaríamos diante de uma conduta culposa que seria enquadrada do artigo 206 (homicídio culposo)", diz o relatório da PF.
O primeiro é o controlador-assistente que repassou o Legacy para o centro de Manaus com informação erradas -a conversa aconteceu apenas três minutos antes da batida.
O segundo é sargento que controlou o Legacy após o jato sobrevoar Brasília no nível errado (37 mil pés) e não tomou as medidas de segurança para o caso de falha de transponder.
O terceiro é o controlador que assumiu o posto na troca de turno, e também não constatou as falhas nem tomou providências preventivas.
"Os verdadeiros culpados foram os pilotos do Legacy e o sistema da Aeronáutica, o software que induz ao erro", disse Normando Cavalcanti, advogado dos controladores.
Para a FAB, a preparação do controlador é adequada. "Os procedimentos existem e eles são treinados para isso. Se o controlador não sabe, é desconhecimento individual dele", disse o coronel Eduardo Raulino, chefe do Cindacta-1.
(LEILA SUWWAN E SILVIO NAVARRO)

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