São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

PDT e BMG, tudo a ver

Depois de atravessar a crise do mensalão como um dos bancos acusados de abastecer o caixa dois do PT, o BMG decidiu procurar novos parceiros e acabou batendo à porta do PDT, vitaminado pela militância da Força Sindical. Dos R$ 2,7 mi que doou na eleição passada, o banco reservou R$ 482,5 mil para um seleto grupo de candidatos pedetistas. A maior fatia desse montante (R$ 207,5 mil, ou 43%) acabou no caixa da campanha do deputado Paulinho da Força (SP), agora às voltas com a Operação Santa Tereza da PF.
Favorito do BMG, Paulinho recebeu ainda uma outra doação, de valor idêntico, que declarou ter sido feita pela Prestaserv, empresa de Belo Horizonte que realiza serviço de teleatendimento para o banco.



Sortido. A Prestaserv doou ainda outros R$ 185 mil, destinados às campanhas do ministro Carlos Lupi, então candidato do PDT ao governo do Rio, do deputado Pompeo de Mattos (RS) e de Cristovam Buarque, que concorria à Presidência pelo partido.

Elo. A relação entre o BMG e Paulinho se estreitou em fevereiro de 2004 com o lançamento do cartão de crédito "Força Mais", destinado a empresas que tinham convênios com o banco ou com a central sindical. A cobrança do cartão se dá por desconto em folha.

Secretíssimo. Os depoimentos de André Fernandes e José Aparecido Nunes Pires chegaram à CPI dos Cartões em envelope lacrado pela PF. A presidente, Marisa Serrano (PSDB-MS), convocou o colega Gim Argelo (PTB-DF) para assinar junto com ela outros dois lacres, em mais dois envelopes. Dali o pacote seguiu para o cofre da "batcaverna".

Nada a declarar. O delegado Sérgio Menezes, que preside o inquérito, chegou tenso ao Congresso para entregar os depoimentos. Além de evitar a imprensa, mal falou com os membros da CPI.

Colateral. A oposição só lamentou que, indiciado, Aparecido não é mais obrigado a assinar o compromisso das testemunhas da CPI de dizer a verdade. Sua nova condição lhe faculta o direito de ficar calado para não se incriminar.

De volta. Governador de Roraima quando explodiu o escândalo dos gafanhotos, em 2003, o ex-petista Flamarion Portela (PTC) assumiu vaga na Assembléia no lugar de Chico das Verduras, cassado pelo TSE. Em 2004, Portela teve o mandato de governador cassado por abuso de poder político e econômico.

Hermanos. Lula e Hugo Chávez entraram juntos e abraçados para a primeira sessão plenária da cúpula América Latina-Caribe e União Européia em Lima. Foram muito aplaudidos. "Metade dos aplausos para cada um", brincou o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia.

That 70's show. Como titular do Meio Ambiente, Carlos Minc dividirá com Gilberto Gil (Cultura) o mesmo prédio na Esplanada dos Ministérios. "Vai ter feira hippie na porta", brinca um governista, em alusão ao figurino de ambos nos anos da ditadura.

Veja bem. De Minc, num artigo publicado em outubro para justificar apoio ao projeto, contrário a um anterior que levava sua assinatura, de ampliação do plantio de eucalipto no Rio: "Não é de minha autoria, mas foi pactuado por diversas forças do governo".

Sal grosso. Para amenizar o ciúme gerado pela nomeação de seu auxiliar para o lugar de Marina Silva, o governador Sérgio Cabral (PMDB) tem repetido um bordão: "Não ganhei um ministro; perdi um secretário".

Mais de 30. Uma festa no salão da União Fraterna, no bairro paulistano da Lapa, comemora hoje os 30 anos do jornal "O Trabalho". Criada na esteira das passeatas estudantis de 1977, a publicação expressa hoje as posições da corrente homônima do PT.


com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Se Aparecido agiu sozinho ao vazar o dossiê, por que o governo não o demitiu sumariamente? Em vez disso, faz de tudo para blindá-lo.

Do deputado CARLOS SAMPAIO (PSDB-SP), da CPI dos Cartões, sobre a tentativa de circunscrever ao ex-funcionário da Casa Civil a responsabilidade pelo vazamento dos dados.

Contraponto

Idéia fixa

Em recente sessão da CPI dos Cartões, Vic Pires (DEM-PA) exibiu vídeo de 2006 em que Altemir Gregolin pede votos para Lula. Em tom indignado, o deputado reivindicava punição ao ministro da Pesca até que escorregou:
-Ele foi lá pedir votos para o Fernando Henrique!
O governista Paulo Teixeira (PT-SP) aproveitou a deixa:
-Nossa, mas isso é coisa muito grave! Defendo que o ministro seja demitido de maneira sumária!
Embaraçado, Pires ainda tentou levar adiante sua pregação, mas, por outras duas vezes, confundiu o nome de Lula com o do antecessor. Por fim, entregou os pontos:
-Acho que estou com o Fernando Henrique na cabeça...


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