|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em convenção estadual, PMDB
indica ex-governador ao Senado
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após a polêmica convenção do PMDB em Brasília, a
direção estadual do partido reuniu-se ontem na Câmara Municipal de São Paulo para oficializar a
indicação do ex-governador
Orestes Quércia para o Senado. A
reunião foi marcada, no entanto,
pela ausência dos convencionais.
Dos 1.052 votos esperados, apenas
640 foram registrados.
Durante a convenção, o partido
oficializou a chapa única na disputa estadual, com o vice-presidente paulista da sigla, Airton
Sandoval, como candidato ao governo do Estado. Ele recebeu 475
votos do total de 640.
Na realidade, a indicação de
Sandoval foi simbólica. Obedeceu
a uma exigência formal da Justiça
Eleitoral para que o partido garanta seu tempo no horário gratuito de TV e de rádio. Isso, na
prática, não altera o atual quadro
de indefinição da sigla.
Os dois principais grupos do
PMDB, os opositores (ligados a
Quércia) e os governistas (ligados
a Michel Temer), discutem coligações com outros partidos.
Publicamente, Quércia defende
uma aliança branca com o PT
-já que a composição nacional
PSDB-PMDB inviabiliza um
apoio formal. Nos bastidores, entretanto, faz elogios ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e
não descarta apoiá-lo na disputa.
"Eu gosto muito de Alckmin,
mas hoje há negociações com o
PT", disse Quércia. O presidente
estadual do PT, Paulo Frateschi,
esteve ontem na convenção, mas
saiu sem atender ao pedido de
Quércia de discursar na tribuna.
"Houve um desencontro", justificou o ex-governador.
Os parlamentares do PMDB são
os que mais colocam restrições a
uma aliança branca com o PT.
Menos por ideologia e mais por
pragmatismo. Uma aliança informal com o PT não garantiria aos
deputados um puxador de votos.
"O nosso candidato hoje [Sandoval" é um laranja. Se o partido
não tem condições de ter um candidato próprio, deveria ter buscado uma coligação. Com o PT não
interessa", disse o deputado federal Milton Monti. A Executiva do
PMDB, que tem até 6 de julho para definir seu rumo na sucessão
estadual, poderá reformar a chapa ou fazer alianças, sem a necessidade de uma nova convenção.
Indagado sobre o comentário
de Renata Covas, que falou de "divergências éticas" entre seu pai e
Quércia, o ex-governador negou.
"Não é isso. Covas participou do
meu governo [91-94", indicando
dois secretários. Ele ficou magoado por coisas que eu disse."
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Candidato, Newton fala em acordo com PSDB Índice
|