São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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Em convenção estadual, PMDB indica ex-governador ao Senado

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após a polêmica convenção do PMDB em Brasília, a direção estadual do partido reuniu-se ontem na Câmara Municipal de São Paulo para oficializar a indicação do ex-governador Orestes Quércia para o Senado. A reunião foi marcada, no entanto, pela ausência dos convencionais. Dos 1.052 votos esperados, apenas 640 foram registrados.
Durante a convenção, o partido oficializou a chapa única na disputa estadual, com o vice-presidente paulista da sigla, Airton Sandoval, como candidato ao governo do Estado. Ele recebeu 475 votos do total de 640.
Na realidade, a indicação de Sandoval foi simbólica. Obedeceu a uma exigência formal da Justiça Eleitoral para que o partido garanta seu tempo no horário gratuito de TV e de rádio. Isso, na prática, não altera o atual quadro de indefinição da sigla.
Os dois principais grupos do PMDB, os opositores (ligados a Quércia) e os governistas (ligados a Michel Temer), discutem coligações com outros partidos.
Publicamente, Quércia defende uma aliança branca com o PT -já que a composição nacional PSDB-PMDB inviabiliza um apoio formal. Nos bastidores, entretanto, faz elogios ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e não descarta apoiá-lo na disputa.
"Eu gosto muito de Alckmin, mas hoje há negociações com o PT", disse Quércia. O presidente estadual do PT, Paulo Frateschi, esteve ontem na convenção, mas saiu sem atender ao pedido de Quércia de discursar na tribuna. "Houve um desencontro", justificou o ex-governador.
Os parlamentares do PMDB são os que mais colocam restrições a uma aliança branca com o PT. Menos por ideologia e mais por pragmatismo. Uma aliança informal com o PT não garantiria aos deputados um puxador de votos.
"O nosso candidato hoje [Sandoval" é um laranja. Se o partido não tem condições de ter um candidato próprio, deveria ter buscado uma coligação. Com o PT não interessa", disse o deputado federal Milton Monti. A Executiva do PMDB, que tem até 6 de julho para definir seu rumo na sucessão estadual, poderá reformar a chapa ou fazer alianças, sem a necessidade de uma nova convenção.
Indagado sobre o comentário de Renata Covas, que falou de "divergências éticas" entre seu pai e Quércia, o ex-governador negou. "Não é isso. Covas participou do meu governo [91-94", indicando dois secretários. Ele ficou magoado por coisas que eu disse."



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