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PREVIDENCIÁRIA
Mobilização teria reunido cerca de 3.500 pessoas, entre magistrados e promotores, que preparam greve
Juízes protestam em 21 Estados e no DF
DA AGÊNCIA FOLHA
Juízes e promotores das esferas
federal e estadual, entre outras categorias de funcionários públicos,
se mobilizaram ontem no Distrito
Federal e em pelo menos 21 Estados contra a reforma da Previdência proposta pelo governo federal.
Eles articulam uma greve nacional nas próximas semanas. Os
atos foram discretos e tiveram caráter de reuniões públicas. Segundo levantamento parcial divulgado pelas entidades responsáveis
pela mobilização, os protestos
reuniram cerca de 3.500 pessoas.
O protesto mais expressivo
ocorreu em Belo Horizonte (MG),
onde cerca 450 manifestantes se
reuniram no auditório principal
do Fórum Lafayette. No Rio de Janeiro, cerca de 300 juízes estaduais, federais e trabalhistas e integrantes do Ministério Público
decidiram, no Tribunal de Justiça
do Estado, reforçar sua pressão
sobre o Congresso com o objetivo
de mudar o projeto de reforma.
Em São Paulo, cerca de 250 juízes e procuradores se reuniram
na Associação dos Advogados de
São Paulo para lançar o manifesto
"Defesa da Previdência Pública".
Em Campinas, o ato reuniu outros 250 juízes e procuradores.
"O governo não permite que
nós conversemos. Não conseguimos expor nossas posições", disse
o presidente da Associação dos
Magistrados de MG, Doorgal Borges de Andrade, assinalando que
o governo "privatiza indiretamente o serviço público".
Nedens Ulisses, presidente da
Associação Mineira do Ministério
Público e do Conselho Nacional
dos Procuradores Gerais de Justiça, afirmou que "não se trata de
defender privilégios nem benesses". "Quem vai assumir a magistratura de Minas Gerais sabendo
que, ao final da sua carreira, vai
receber R$ 2.400?", questionou.
Os juízes de Mato Grosso do Sul
marcaram para segunda novas
mobilizações. Ontem, cerca de
300 pessoas se mobilizaram. Para
o presidente da Associação dos
Magistrados de MS, Marco André
Nogueira Hanson, essa reforma
vai "desmantelar o Estado".
Em Alagoas, a Associação dos
Magistrados do Estado reuniu
cerca de 200 pessoas no auditório
do Fórum de Maceió. Durante o
ato, ficou definido que será elaborada uma carta a ser entregue aos
parlamentares alagoanos com os
pontos divergentes da reforma.
Em Curitiba, o protesto foi no
TJ e reuniu cerca de 60 profissionais. "É um engodo imaginar que
com a reforma, tal como está sendo proposta, vamos ter um país
melhor", disse o presidente da Associação dos Magistrados do Paraná, Roberto Bacellar.
Em Porto Alegre, 21 varas do
Trabalho tiveram de suspender
suas audiências. Houve ato público de juízes e servidores em frente
à Associação dos Juízes do Rio
Grande do Sul e outro no TRT.
No Rio Grande do Norte, a Associação dos Magistrados do Estado organizou ato no auditório
do TJ. Na vizinha Paraíba, o mesmo ocorreu no salão do Tribunal
do Júri de João Pessoa. "Entendemos que, antes de um ajuste fiscal,
essa reforma proposta significa
um desmonte do Estado", disse
Marcos Salles, da Associação dos
Magistrados.
"A reforma é necessária, mas
pode e precisa ser aperfeiçoada.
Se não houver possibilidade de
negociação, a magistratura deve
parar", disse o juiz Rodrigo Tolentino de Carvalho, presidente
da Associação dos Magistrados
Catarinenses. Em SC, o ato reuniu
cerca de 80 pessoas. No Maranhão, protestaram cerca de 200
pessoas. "O ato foi importante para esclarecer juízes e promotores
sobre a reforma", disse a juíza Sônia Amaral Ribeiro, da Associação de Magistrados Brasileiros.
Colaboraram a Sucursal de Brasília, a
Sucursal do Rio e a Reportagem Local
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