São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

O medo

Lula prometeu duas vezes combater a inflação, no "Café com o Presidente" e na BM&F, e em ambas foi parar no site do "Wall Street Journal" e noutros.
A inflação das commodities -comida e petróleo- é uma "maldição" também para os países produtores, escreveu ontem o "WSJ" de papel, focando o Brasil. Provoca excessiva valorização do real e até o avanço de soja e gado na Amazônia. Agora, com Lula disposto a elevar os juros, a valorização será ainda maior.
O "Financial Times" também deu longa reportagem sobre como a América Latina subsidia combustíveis pelo "medo da inflação", que vem dos anos 70 e 80, quando ela "corroeu o tecido social". De todo modo, a distorção é bem maior em países como o Chile. "Os preços estão próximos do mercado global, no Brasil."



EUA INVEJAM TUPI

Na manchete do site do "FT", "apesar da indicação da Arábia Saudita de que elevaria a produção ao maior nível em 25 anos", o petróleo voltou a encostar em US$ 140.
Os preços em alta e a falta de reação à oferta saudita coincidem com a pressão crescente dos republicanos para que os EUA liberem a exploração no mar, notou o "WSJ". No mesmo jornal, Mary Anastasia O'Grady ecoou outros colunistas conservadores e cobrou que Washington siga o modelo brasileiro, citando recente visita do presidente da Petrobras à redação do "WSJ". No título da coluna, "Por que o Brasil não tem vergonha de explorar seu petróleo".

PELO MILHO
Vinod Khosla, bilionário investidor em etanol, escreveu ontem no "Washington Post" em defesa do que anda indefensável: etanol de milho.
Não em si mesmo, como revela aos poucos o texto, mas como um passo na direção do etanol de celulose -que "em poucos anos", diz ele, chega ao mercado sem subsídios e em condições de concorrer com derivados de petróleo.

CONTRA A CANA
Já o "Los Angeles Times" veio até o país para a reportagem, também ontem, "O custo humano do boom dos biocombustíveis do Brasil". Destaca que "muitos cortadores da cana-de-açúcar usada para biocombustíveis enfrentam condições primitivas".
Para um cientista político, "muito da competitividade do Brasil se deve a exploração" até de "trabalho escravo".

"DIETA DA DESTRUIÇÃO"
guardian.co.uk
O "Guardian" deu trecho do livro "Por que a indústria do alimento faz mal ao planeta" (Penguin). "Grandes áreas da Amazônia são cortadas para satisfazer nosso consumo de soja", afirma, culpando ADM, Cargill e Bunge pela "dieta"

O HERDEIRO
Chris Anderson/newyorker.com
Dado por decadente após os recentes recuos, Hugo Chávez chegou a Cuba para encontrar Fidel Castro. Por coincidência, é apresentado por John Lee Anderson, na "New Yorker", como "herdeiro de Fidel", com "crescente influência" global

"ANGRY LEFT"
newyorker.com
Do "NYT" à "New Yorker", de republicanos a democratas, amontoam-se os obituários em louvor de Tim Russert, âncora da rede NBC que até dias atrás era seguidamente criticado na campanha -em especial pelos partidários de Hillary Clinton.
E já é outro jornalista da NBC, uma estrela ascendente de seu canal de notícias, Keith Olbermann, que chama críticas e holofotes, até perfil na nova "New Yorker" (acima). Dias atrás, ele bateu Bill O'Reilly, da Fox News, em "segmento demográfico chave". É chamado de "esquerda raivosa".

"ATITUDE"
A campanha está no ar, afinal. Marta Suplicy estreou ontem em comerciais na TV aberta, sobre o trânsito que a "cada dia fica pior". Surge ela e diz, "não podemos deixar que isso aconteça", São Paulo parar. Seu bordão é "nova atitude"

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@ - Nelson de Sá



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