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DIREITOS HUMANOS
Etanol aparece em relatório de trabalho escravo
DE WASHINGTON
O trabalho de brasileiros em situação análoga à
de escravos na produção
do etanol é mencionado na
edição mais recente do relatório anual do Departamento de Estado americano sobre tráfico de pessoas, produzido a pedido
do Congresso dos EUA.
"Cerca de metade das vítimas libertadas em 2008
foram encontradas em fazendas de plantação de cana-de-açúcar para a produção e exportação do etanol, um biocombustível,
além da produção de cana-de-açúcar para utilização
em alimentos e em eletricidade", diz o relatório.
Apesar de ser o primeiro
do tipo a vir com a assinatura de Barack Obama, o
relatório foi apurado entre
março de 2008 e março
deste ano -portanto em
grande parte sob a gestão
de George W. Bush.
A menção ao etanol aparece no contexto do aumento de operações do tipo realizadas no Brasil pelo Ministério do Trabalho:
154 ações feitas em 290
propriedades, que encontraram em 5.016 vítimas.
"Em 19 operações, foram resgatadas 2.553 vítimas de trabalho forçado
em fazendas de açúcar,
onde os trabalhadores podem ser submetidos a uma
alta cota diária de produção e corte", diz o texto.
O relatório trata de 175
países e os classifica conforme o empenho de seus
governos de combater o
tráfico humano. O Brasil é
o segundo melhor grupo,
mesma posição ocupada
nos dois anos anteriores.
A União da Indústria da
Cana-de-Açúcar diz que
nenhum caso citado no relatório levou a condenação
até agora e que é contra
"qualquer irregularidade
na área trabalhista".
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