São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Eduardo Jorge será chamado para depor

CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local

O Ministério Público Federal vai definir nos próximos dias a data para ouvir o depoimento de Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência, no inquérito que apura o caso da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo.
Os procuradores responsáveis pelo inquérito já decidiram convocar Jorge. Querem, antes, ouvir o senador Luiz Estevão (PMDB-DF) e os responsáveis pela Incal, empresa beneficiada pelo superfaturamento da construção. Estevão, que no início do caso minimizava suas ligações com Fábio Monteiro de Barros, dono da Incal, já admite transações comerciais com ele.
O senador brasiliense, controlador do grupo OK, terá que explicar o recebimento de cheques da Incal e os muitos telefonemas do juiz Nicolau dos Santos Neto, acusado de enriquecimento ilícito gerado pelo superfaturamento na construção do Fórum Trabalhista.
O Ministério Público quer também explicações de Jorge sobre o grande número de ligações telefônicas feitas pelo juiz para ele e a coincidência ou não entre os contatos e a liberação de verbas.
Monteiro de Barros e José Eduardo Ferraz, também dirigente da construtora, deveriam depor hoje no Ministério Público. Ambos pediram adiamento e só irão se apresentar aos procuradores dentro de duas semanas.
Os procuradores concordaram com o adiamento apostando que a CPI do Judiciário avance na obtenção de documentos que reforcem a suspeita que aponta a participação do grupo de Estevão em eventual manobra na licitação que deu a obra oficialmente para Incal. A empresa do senador disputou a construção da obra, perdeu por pouco para a Incal, mas não recorreu da decisão.
Em outra ponta, o Ministério Público está atento às ligações entre Estevão e Jorge. O ex-secretário-geral da Presidência é amigo do senador e, na eleição brasiliense de 98, foi o principal articulador do apoio de FHC à chapa do PMDB que venceu a disputa local. Estevão ganhou, então, o mandato de senador.


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