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Eduardo Jorge será
chamado para depor
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
O Ministério Público Federal vai
definir nos próximos dias a data
para ouvir o depoimento de
Eduardo Jorge, ex-secretário-geral
da Presidência, no inquérito que
apura o caso da obra do Fórum
Trabalhista de São Paulo.
Os procuradores responsáveis
pelo inquérito já decidiram convocar Jorge. Querem, antes, ouvir o
senador Luiz Estevão (PMDB-DF)
e os responsáveis pela Incal, empresa beneficiada pelo superfaturamento da construção. Estevão,
que no início do caso minimizava
suas ligações com Fábio Monteiro
de Barros, dono da Incal, já admite
transações comerciais com ele.
O senador brasiliense, controlador do grupo OK, terá que explicar
o recebimento de cheques da Incal
e os muitos telefonemas do juiz Nicolau dos Santos Neto, acusado de
enriquecimento ilícito gerado pelo
superfaturamento na construção
do Fórum Trabalhista.
O Ministério Público quer também explicações de Jorge sobre o
grande número de ligações telefônicas feitas pelo juiz para ele e a
coincidência ou não entre os contatos e a liberação de verbas.
Monteiro de Barros e José Eduardo Ferraz, também dirigente da
construtora, deveriam depor hoje
no Ministério Público. Ambos pediram adiamento e só irão se apresentar aos procuradores dentro de
duas semanas.
Os procuradores concordaram
com o adiamento apostando que a
CPI do Judiciário avance na obtenção de documentos que reforcem a
suspeita que aponta a participação
do grupo de Estevão em eventual
manobra na licitação que deu a
obra oficialmente para Incal. A
empresa do senador disputou a
construção da obra, perdeu por
pouco para a Incal, mas não recorreu da decisão.
Em outra ponta, o Ministério Público está atento às ligações entre
Estevão e Jorge. O ex-secretário-geral da Presidência é amigo do senador e, na eleição brasiliense de
98, foi o principal articulador do
apoio de FHC à chapa do PMDB
que venceu a disputa local. Estevão
ganhou, então, o mandato de senador.
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