São Paulo, sábado, 17 de julho de 2004

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RANKING DAS NAÇÕES

Assunto gerou polêmica no governo

IBGE e Unesco se eximem de culpa pelo uso de dado defasado no IDH

DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No dia seguinte à divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano, o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) divulgaram cartas para tentar isentá-los da responsabilidade pelo uso de dados defasados de alfabetização no cálculo do índice brasileiro.
A defasagem foi um dos motivos apontados para que o Brasil ficasse em 72º lugar no ranking de 2004, que englobou 177 territórios. No documento de 2003, o país aparecia na 65ª posição. O dado foi recalculado, e o Brasil ficou no mesmo lugar: 72º.
O assunto já havia gerado polêmica entre o governo Lula e o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza (1995-2002), que chegou a falar em manipulação de dados. A Educação, em nota, "condena as tentativas de dar conotação política ao caso".
A taxa de analfabetismo usada para o cálculo foi a do Censo 2000 (13,6%) em vez da mais recente (11,8%), calculada pelo IBGE na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2002.
A utilização do dado da Pnad, em vez do Censo, poria o Brasil na 68ª colocação, em vez de na 72ª.
Em nota ontem, o IBGE afirma que a responsabilidade pelo uso dos dados defasados é da Unesco.
Segundo o IBGE, em 23 de setembro de 2002, a Unesco solicitou "especificamente" a taxa de analfabetismo do Censo 2000. Já a Unesco divulgou carta, de abril de 2003, em que solicitava atualização dos dados, mas não obteve resposta. O IBGE informou à Unesco que não sabia dessa carta.


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