São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

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PT defende Renan de "linchamento público"

Ricardo Berzoini, presidente da sigla, afirma não aceitar pressão para a saída do peemedebista da presidência do Senado

Deputado avisa, no entanto, que legenda não vai se posicionar oficialmente hoje, na reunião da Mesa comandada por petista

GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI

DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), saiu ontem em defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspeito de ter despesas pessoais pagas por um lobista de uma construtora. Segundo Berzoini, o PT não aceita "linchamento público" para forçar a saída de Renan.
Na véspera de a Mesa Diretora decidir se a Polícia Federal deve ampliar as investigações sobre Renan, Berzoini disse que o peemedebista não pode ser julgado sem que as investigações sejam concluídas nem deve ser pressionado para deixar o comando do Senado.
"Não aceitamos linchamento público nem constrangimento para forçar o presidente Renan Calheiros a se licenciar ou a renunciar", afirmou Berzoini.
A reunião da Mesa será presidida amanhã pelo petista Tião Viana (AC), vice-presidente da Casa. Apesar de defender o presidente do Senado, Berzoini disse que o PT não vai se posicionar oficialmente.
"Não há razão para o partido se posicionar do ponto de vista partidário. Nunca houve nenhuma cobrança do senador Renan em relação a nosso posicionamento. Todas as vezes em que conversei com o senador nesse período foi uma conversa tranqüila", afirmou.
Integrantes da base aliada do governo cogitam pedir vista ao requerimento do Conselho de Ética que solicita novas investigações da PF sobre os documentos da defesa de Renan. Se o pedido for acatado por Viana, as investigações serão adiadas para agosto, após o recesso parlamentar de julho.
Oficialmente, os governistas negam a disposição de pedir vista ao processo. Mas nos bastidores se articulam com advogados do peemedebista para evitar a nova perícia.
O presidente do Senado também não descarta recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso a Mesa aprove o aprofundamento das investigações.
A perícia da PF tem como alvo documentos apresentados pelo senador para comprovar que sua renda permitia pagamentos feitos a uma jornalista com quem teve uma filha.


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