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PT defende Renan de "linchamento público"
Ricardo Berzoini, presidente da sigla, afirma não aceitar pressão para a saída do peemedebista da presidência do Senado
Deputado avisa, no entanto, que legenda não vai se posicionar oficialmente hoje, na reunião da Mesa
comandada por petista
GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), saiu
ontem em defesa do presidente
do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), suspeito de ter
despesas pessoais pagas por um
lobista de uma construtora. Segundo Berzoini, o PT não aceita
"linchamento público" para
forçar a saída de Renan.
Na véspera de a Mesa Diretora decidir se a Polícia Federal
deve ampliar as investigações
sobre Renan, Berzoini disse
que o peemedebista não pode
ser julgado sem que as investigações sejam concluídas nem
deve ser pressionado para deixar o comando do Senado.
"Não aceitamos linchamento
público nem constrangimento
para forçar o presidente Renan
Calheiros a se licenciar ou a renunciar", afirmou Berzoini.
A reunião da Mesa será presidida amanhã pelo petista Tião
Viana (AC), vice-presidente da
Casa. Apesar de defender o presidente do Senado, Berzoini
disse que o PT não vai se posicionar oficialmente.
"Não há razão para o partido
se posicionar do ponto de vista
partidário. Nunca houve nenhuma cobrança do senador
Renan em relação a nosso posicionamento. Todas as vezes em
que conversei com o senador
nesse período foi uma conversa
tranqüila", afirmou.
Integrantes da base aliada do
governo cogitam pedir vista ao
requerimento do Conselho de
Ética que solicita novas investigações da PF sobre os documentos da defesa de Renan. Se
o pedido for acatado por Viana,
as investigações serão adiadas
para agosto, após o recesso parlamentar de julho.
Oficialmente, os governistas
negam a disposição de pedir
vista ao processo. Mas nos bastidores se articulam com advogados do peemedebista para
evitar a nova perícia.
O presidente do Senado também não descarta recorrer ao
STF (Supremo Tribunal Federal) caso a Mesa aprove o aprofundamento das investigações.
A perícia da PF tem como alvo documentos apresentados
pelo senador para comprovar
que sua renda permitia pagamentos feitos a uma jornalista
com quem teve uma filha.
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