São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

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Governo eleva gastos com o 7 de Setembro

Desfile deste ano em Brasília deve custar R$ 2,485 milhões, ou 19,7% de aumento em relação ao de 2006

FÁBIO ZANINI
PEDRO DIAS LEITE

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O primeiro desfile de Sete de Setembro do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva deve custar 20% a mais que em 2006, quando a festa foi realizada às vésperas da eleição.
O edital de licitação lançado ontem prevê um gasto de R$ 2,485 milhões, superior à previsão de R$ 2,007 milhões do ano passado. Descontada a inflação medida pelo IPCA, o aumento real é de 19,7%.
O governo faz uma pesquisa de mercado e, com a média de preços, coloca os valores na concorrência. O vencedor do pregão eletrônico é quem cumprir as especificações e apresentar o menor preço -ou seja, o valor final poderá cair.
Foi o que aconteceu no ano passado, quando, segundo a Presidência, o Sete de Setembro acabou custando R$ 1,4 milhão. Procurada ontem para explicar o aumento do custo, a Secretaria de Comunicação disse que o preço mencionado no edital ainda não é o final.
Neste ano, serão montadas cinco tribunas para autoridades e convidados, com 1.200 cadeiras estofadas, que, segundo o edital, "não podem ser de plástico". Também haverá uma sala climatizada de 80 metros quadrados e três telões -no ano passado, eram quatro.
A festa deste ano deve ter a mesma "blindagem" da do ano passado, quando o governo montou uma estrutura que manteve afastadas do presidente possíveis manifestações de descontentamento. A previsão de gastos é de R$ 258 mil com grades de isolamento. Há ainda exigência de arquibancadas para 20 mil pessoas.

Mensalão
A preocupação tem razão de ser: em 2005, no auge do escândalo do "mensalão", manifestantes pediram o impeachment de Lula. O público dos últimos dois anos foi de cerca de 30 mil pessoas, metade do recorde do desfile de 2004. Apesar disso, o custo cresce continuamente. Em 2005, o edital previa gastos de R$ 1,6 milhão.
Em 2006, o governo isolou ainda mais o palanque das autoridades no Sete de Setembro -nas arquibancadas próximas só havia convidados. A área em frente ao palanque, bem ao fundo, onde em 2005 se posicionaram manifestantes com faixas que pediam inclusive o seu impeachment, estava fechada ao público.
Os desfiles de Sete de Setembro voltaram a ganhar relevância sob o governo Lula, depois que o petista decidiu transformar a parada em uma grande festa popular. Antes de cair em desgraça por admitir dinheiro irregular no exterior, o marqueteiro Duda Mendonça chegou a arquitetar os desfiles.


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