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Juiz proíbe que Simão fale de Juliana Paes
Atriz alega que teve a honra atingida; colunista vê censura e diz que decisão tolhe liberdade de expressão
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz João Paulo Capanema
de Souza, do 24º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro, determinou que o colunista José
Simão, da Folha, se abstenha
de fazer referências à atriz Juliana Paes, confundindo-a com
a personagem "Maya", da novela "Caminho das Índias", da
Rede Globo, sob pena de multa
de R$ 10 mil por nota veiculada
nos meios de comunicação.
A atriz moveu duas ações de
indenização, uma contra o jornal e outra contra o colunista.
Ela alega que Simão "vem publicando reiteradamente nos
meios de comunicação em que
atua, sobretudo eletrônicos
(internet), textos que têm ultrapassado os limites da ficção
experimentada pela personagem e repercutido sobre a honra e moral da atriz e mulher e
sua família".
Anteriormente, a atriz havia
ajuizado ação só contra a Folha na 4ª Vara Cível do Rio de
Janeiro, mas não obteve a medida liminar. No último dia 6, o
juiz Carlos Alfredo Flores da
Cunha indeferiu o pedido.
Segundo Flores da Cunha,
"atriz famosa, a autora será alvo
de comentários e críticas, isto é
inevitável. E não é possível, de
antemão distinguir o que é mera informação, crítica jornalística, comentário irrelevante,
ofensa etc. Tratando-se, portanto, de matéria controvertida, desacolho o pleito de antecipação de tutela".
Ao conceder a antecipação de
tutela, o juiz Capanema de Souza disse não ver "ofensa ou aspecto pejorativo" nas considerações do colunista "sobre a
"poupança" da atriz ou sobre o
fato de sua bunda ser grande",
já que "sua imagem esteve e está à disposição de quem quisesse e ainda queira ver", e qualificá-la "nos limites do tolerável".
Mas considerou que o colunista ofendeu "a moral da mulher Juliana Couto Paes, seu
marido, sua família", ao "jogar
com a palavra "casta" e dizer que
Juliana "não é nada casta"."
José Simão diz que tomou
conhecimento das ações ao ler
a coluna do jornalista Ancelmo
Gois, na edição desta quinta-feira no jornal "O Globo".
"É censura. A pessoa não pode determinar quando e o que
falar dela. Isso tolhe totalmente a liberdade de expressão",
afirmou. "Na hora em que estava escrevendo, achava que estava elogiando a atriz. Não quero
me retratar", disse Simão.
Segundo o colunista, "a imagem que Juliana Paes passa para o Brasil é que ela é a "gostosa",
e que todo homem fica "babando". Não vejo por que o termo
"casta" ofende uma mulher moderna, liberada, atriz da Globo.
Para mim, casta é pudica, e eu
não admiro pessoas castas. É
coisa medieval", afirmou.
As advogadas Taís Gasparian
e Mônica Galvão, que representam a Folha, consideram que a
decisão do juiz Capanema de
Souza "trata o humor como ilícito e, no fim das contas, é a
mesma coisa que censura".
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