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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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PAINEL

Bola de cristal
Antonio Palocci (Fazenda), em conversas com deputados dias atrás, previu uma leve recuperação da economia brasileira para 2004. Um crescimento de cerca de 2%. O verdadeiro "espetáculo do crescimento", que Lula anunciara para julho último, só deverá ocorrer em 2005.

Linha quente
O telefone do vice-presidente José Alencar (PL-MG), na sua sala de despacho no Palácio do Planalto, teve de ser trocado dias atrás. O número pertenceu a uma loja de Brasília e a secretária do vice passava o dia atendendo a ligações erradas.

Rota da discórdia
Lula planeja uma visita à ONU ainda neste ano como parte da estratégia para o Brasil obter uma cadeira de membro permanente do Conselho de Segurança. O presidente quer aproveitar a viagem para passar por Cuba, mas vem sendo desaconselhado pelo Itamaraty.

Mercado livre
Deputados que integram a CPI da pirataria vão ao porto de Paranaguá (PR) amanhã acompanhar o trabalho de fiscalização. Funcionários da Receita Federal disseram dias atrás que mercadorias que chegam ao porto com destino ao interior do Estado não são examinadas no local.

Marketing em teste
Já em campanha pela reeleição de Marta Suplicy em São Paulo, o PT vai procurar, sempre que puder, comparar os "escolões" da prefeitura paulistana com a Febem do governo Geraldo Alckmin. O primeiro documento será publicado em boletim da bancada da Assembléia de SP.

Interesse pessoal
O PMDB pressiona o Planalto para que o senador Romero Jucá (RR), que foi líder do PSDB no Senado durante a gestão FHC, possa indicar o novo presidente da Funai. O cargo está vago desde sexta, com a exoneração de Eduardo Almeida.

Nariz torto
Roberto Requião (PR) tentará impugnar a filiação de Anthony Garotinho ao PMDB, prevista para os próximos dias. De olho na sucessão de Lula, em 2006, o governador do Paraná não quer concorrência interna.

Ala governista
Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB na Câmara, também se opõe à filiação de Garotinho.

Direitos iguais
Servidores da Câmara dos Deputados reclamam de que ainda não receberam pela convocação extraordinária de julho. Em compensação, o pagamento dos parlamentares já foi depositado.

Crise de ciúmes
José Maranhão (PMDB-PB), que apoiou Lula desde o primeiro turno, ameaça romper com o governo em represália à proximidade do presidente com o governador Cássio Cunha Lima (PSDB), seu rival no Estado.

Luta de classes
Organizadores de um encontro preparatório para a conferência da Organização Mundial do Comércio, a ser realizado no dia 21 no Parlatino, em SP, solicitaram reforço policial. Alegam que reuniões semelhantes em outros países já provocaram manifestações violentas.

Detalhe culinário
Servidores que protestavam na última sexta-feira na avenida Paulista (SP) contra a reforma da Previdência de Lula distribuíam folhetos parodiando o símbolo do Fome Zero. Em vez do prato vazio, uma frigideira com a seguinte frase: "Estão fritando o servidor público".

Gastando por conta
Martinho da Vila pediu a Gilberto Gil (Cultura) verba da União para a construção de um centro cultural em Vila Isabel, tradicional reduto do samba do Rio. O ministro, que sonha com mais recursos no Orçamento, disse que agora não tem, mas prometeu ajudar em 2004.

TIROTEIO

Da deputada Maninha (PT-DF), sobre as ameaças de José Genoino, presidente do PT, aos deputados que se abstiveram na votação da reforma:
-Não dá para simplesmente abaixar a cabeça e aceitar o cutelo no pescoço. Não houve infração grave ao estatuto do PT.

CONTRAPONTO

Populismo futebolístico

A Câmara aprovou na semana retrasada, em primeiro turno, o corpo principal da reforma da Previdência. A principal votação começou na terça, atravessou a noite e entrou pela madrugada.
Cansados de tantas discussões e desencontros, alguns deputados foram para a sala de TV nos fundos do plenário. O local ficou cheio quando começou a transmissão de Goiás e Vasco, pelo Campeonato Brasileiro.
No meio do jogo, Carlos Santana (PT-RJ) entrou na sala e parou em frente à TV.
Os deputados passaram a gritar com o petista para que ele saísse de lá. Mas Santana improvisou um discurso:
-Estou lançando minha candidatura à presidência da Câmara. Minha principal plataforma é proibir votações depois das 18h. A noite não foi feita para votar. A noite foi feita para amar!
Os deputados o aplaudiram:
-Presidente! Presidente!



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