São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

A frota de Lula

O PT prepara uma mobilização de grande porte para os dias 16 e 17 de setembro, a duas semanas do primeiro turno eleitoral. A "Caravana Lula Presidente" -título inspirado na "Caravana da Cidadania", que em 1993 circulou pelo Brasil sob o comando do petista- prevê a realização de carreatas simultâneas, que sairão de pelo menos 250 cidades médias do país em direção a municípios menores.
A idéia é chegar às localidades sob fogos de artifício para levar o máximo de gente às ruas, que deverão ser cobertas por material da campanha de Lula. O roteiro planejado inclui a participação de lideranças de outros partidos e até de ministros nas caravanas.

Passadinha. A visita de Geraldo Alckmin a Curitiba hoje foi reduzida a almoço e caminhada rápida na Boca Maldita. Com o PSDB em pé-de-guerra e o PPS exigindo atenção para Rubens Bueno, o jeito foi franquear a agenda a "quem quiser aparecer".
Não deu. Em razão das brigas, o PSDB não fará a "Arrancada 45", que pretendia relacionar o número da sigla aos dias restantes de campanha.

Vetos. Problemas também cercam a ida de Alckmin a Imperatriz (MA) no sábado. Lá, a agenda será exclusivamente tucana. O PFL de Roseana Sarney, que não faz campanha para o presidenciável, tentou melar a viagem. Acabou solenemente ignorado.

Vício. Convertido ao sudoku, tipo de desafio lógico de origem japonesa, Alckmin ganhou do namorado da filha, Sophia, uma versão eletrônica do jogo, que o acompanha em todos os vôos da campanha.

Assinatura. O programa de Aloizio Mercadante (PT) levado ao ar ontem no horário de propaganda eleitoral em São Paulo saiu inteiro da cabeça do candidato. A equipe de comunicação foi acessória.

Milhagem. Marta Suplicy inicia hoje uma agenda de campanha para candidatos do PT país afora. A ex-prefeita chega à noite a Salvador, onde, entre outros compromissos, gravará participação no programa de Jaques Wagner.

Nada a anunciar. Aldo Rebelo (PC do B-SP) mandou cancelar, no Orçamento da Câmara para 2007, a rubrica de publicidade, que teve R$ 10 mi -não-gastos- este ano. A auxiliares, o presidente disse que propaganda não resolverá a crise de imagem da Casa.

Na moita. Cerca de um terço dos deputados sanguessugas tem feito consultas à Mesa sobre prazos e condições para a renúncia. O "dia D" para que pulem do barco deve ser segunda, véspera da abertura de processos.

Sem escapatória. O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC), decidiu que os sanguessugas do partido que renunciarem ao mandato não ficarão livres de processo interno no partido.

Olho nele 1. Na atual fase da investigação do escândalo dos sanguessugas, o personagem a monitorar é o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), que já deu declarações dúbias sobre punições.

Olho nele 2. Além da tendência de boa vontade de João Alberto com os colegas, a legislação do órgão do Senado permite mais manobras protelatórias que na Câmara.

Pelo estômago. Paulo Torres (PDT-DF), que concorre a deputado federal, achou jeito criativo de atrair o eleitor. Apresenta seu número, 1230, e arremata: "O candidato da hora do almoço".

Visita à Folha. José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Paula Santa Maria, assessora de imprensa.

Tiroteio

"Lula diz que a corrupção é generalizada no país. Tudo na tentativa de sugerir que o PT faz o que o PSDB fazia. O presidente se esquece de que não foi eleito para isso."


Do senador PEDRO SIMON (PMDB-RS) sobre o discurso do presidente na estréia da propaganda eleitoral gratuita, no qual afirmou que a crise ética atinge todos os partidos.

Contraponto

Quem fala?

Tocou o telefone de Cristovam Buarque.
-Senhor Cristovam? O governador Alckmin vai falar- disse a secretária do outro lado da linha.
Tão logo ouviu a voz do adversário tucano, o candidato do PDT à Presidência engatou conversa:
-Olá, governador. Que bom falar com o senhor. Olhe, já vou avisando que, durante a campanha, direi que não há diferença entre sua candidatura e a de Lula.
Algo constrangido, Alckmin ainda trocou algumas frases com o senador antes de admitir:
-Foi um prazer ouvi-lo, mas na verdade eu havia pedido que a secretária ligasse para outro Cristovam.


Próximo Texto: Horário eleitoral de aliados omite imagens de Alckmin
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.