São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin se reúne com bancos antes de criticar lucro na TV

Encontro com cerca de 60 pessoas não foi divulgado nem por tucanos nem pela Febraban

Na reunião, anteontem à tarde, presidenciável defendeu o ajuste fiscal e as reformas política, tributária e previdenciária


Orlando Brito/OBrito News
Geraldo Alckmin (à esq.) e Aécio Neves, em evento que reuniu lideranças do PV, em Betim (MG)


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, participou de uma reunião com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) na tarde de terça-feira, mesmo dia em que foi levado ao ar o programa eleitoral no qual ele disse que não ajudará "banqueiro a ficar mais rico com os mais altos juros do mundo". Com cerca de 60 participantes, o encontro não foi divulgado pela equipe do tucano nem pela Febraban.
Na reunião, de uma hora e meia, Alckmin apontou o ajuste fiscal como meta permanente e pregou a necessidade de reformas política, tributária e previdenciária. "Música para nossos ouvidos", reagiu o presidente da Febraban, Márcio Cypriano (Bradesco), segundo um dos participantes.
Questionado sobre a dificuldade de traduzir seu "choque de gestão" para nordestino, Alckmin afirmou que não recorreria a promessas fáceis, como o aumento do benefício do Bolsa-Família, para conquistar votos. Disse que, na região, seu discurso será a do emprego.
Ele afirmou que, saindo dali, repetiria as mesmas palavras numa reunião com sindicalistas filiados à Força Sindical.
Com a greve dos metroviários e a agenda cheia, Alckmin, no entanto, não chegou a tempo ao evento da central. Além de contrariar sindicalistas, o cancelamento irritou o candidato do PSDB ao governo do Estado, José Serra, que deixou as gravações do programa eleitoral para acompanhar Alckmin. Serra foi até o local do encontro, na Casa de Portugal, e voltou para o estúdio.
Alckmin chegou à Febraban às 17h30, já com meia hora de atraso. Saiu de lá às 19h, uma hora após a previsão de início da reunião com cerca de mil sindicalistas.
Na Febraban, ele atribuiu motivação política à greve dos metroviários. Após listar medidas adotadas por seu governo na área de segurança, ele alegou que a crise no Estado era causada pela morosidade da Justiça em autorizar a aplicação de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) para presos perigosos.
Além do choque de gestão, Alckmin defendeu as reformas previdenciária, começando pelo setor público, e política. Mas, mesmo reconhecendo distorções no critério de representatividade no Congresso, disse que tem os "pés plantados no chão" e duvidou de mudanças no sistema que fixa número mínimo e teto de deputados eleitos por Estados.
Citando sempre o governador Mário Covas, Alckmin disse que o governo de São Paulo é uma prova de que o ajuste é tarefa permanente. Ele apresentou dados sobre saúde e educação em São Paulo.
A Febraban deverá convidar todos os candidatos para ouvir suas propostas.


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