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Presidente de conselho do Senado desqualifica provas
João Alberto (PMDB) diz que não pode considerar palavra dos Vedoin, que são "bandidos"
Com isso, processos contra senadores Ney Suassuna (PMDB), Magno Malta (PL) e Serys Slhessarenko (PT) podem ser arquivados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Conselho de
Ética do Senado, João Alberto
Souza (PMDB-MA), sinalizou
ontem que deve arquivar os pedidos de cassação contra os senadores Ney Suassuna (PB),
ex-líder de seu partido, e contra
os senadores Magno Malta
(PL-ES) e Serys Slhessarenko
(PT-MT). João Alberto desqualificou os depoimentos que são
a base da acusação feita pela
CPI dos Sanguessugas.
"Não aceito a palavra do Vedoin como prova. Ele é um bandido", afirmou João Alberto,
referindo-se aos depoimentos
de Darci Vedoin e de seu filho
Luiz Antonio Vedoin, donos da
Planam, empresa que encabeçou a fraude das ambulâncias.
Os depoimentos são o principal pilar do relatório da CPI,
que pediu a cassação dos três
senadores e de 69 deputados.
João Alberto argumentou
também que supostos depósitos feitos pela quadrilha para
um assessor de Suassuna não
bastam para incriminá-lo.
"Tem que ver se o senador sabia, se participou", disse ele,
acrescentando: "Eu preciso de
robustez de provas para abrir
os processos". O senador decide até a próxima quinta-feira se
abre ou não os processos. Se ele
arquivá-los, qualquer membro
do conselho pode recorrer ao
plenário da decisão.
Suassuna, Serys e Malta são
acusados de receber propina
para destinar recursos do Orçamento para a aquisição de ambulâncias superfaturadas.
Suassuna teria recebido R$
222,5 mil por meio do ex-assessor Marcelo Carvalho. Os dois
negam participação na fraude.
Malta usou um carro dado ao
deputado Lino Rossi (PP-MT)
pelos Vedoin. Além disso, há
cópia de um cheque de R$ 50
mil com a anotação "Magno
Mata" (sic). O senador nega relação com a quadrilha, dizendo
que só usou o veículo devido a
sua amizade com Rossi.
Os Vedoin afirmam ter pago
ao genro de Serys R$ 35 mil. A
senadora nega que seu genro
tenha recebido o dinheiro.
Câmara
O presidente do Conselho de
Ética da Câmara, Ricardo Izar
(PTB-SP), marcou para as 11h
de terça a instauração dos processos contra os deputados. Ele
disse que cerca de dez acusados
devem renunciar ao mandato
até lá, seguindo o exemplo de
Coriolano Sales (PFL-BA).
A Folha apurou que pelo
menos outros três deputados
-Reginaldo Germano (PP-BA), Nilton Capixaba (PTB-RO) e Marcelino Fraga
(PMDB-ES)- já manifestaram
a colegas que têm prontas as
suas cartas de renúncia.
Ao renunciarem, os acusados
evitam a inelegibilidade que viria em caso de cassação. Para
que a investigação seja extinta,
a renúncia tem que ocorrer antes da abertura do processo no
conselho.
(FERNANDA KRAKOVICS, RANIER BRAGON e LETÍCIA SANDER)
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