São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toda Mídia

Nelson de Sá

Megachato

O cientista político Rubens Figueiredo, especialista em marketing eleitoral, falando do horário gratuito para a rádio Jovem Pan, a certa altura, vaticinou:
- É um dos programas mais chatos da TV mundial.

 

Então, ao noticiário. Nas manchetes do site Folha Online ao "SBT Brasil", ao longo do dia e da noite, uma operação conjunta de Receita e Polícia Federal atacou, nas palavras oficiais, "o maior esquema já constatado de fraudes no comércio exterior". Daí os enunciados retumbantes -com expressões como "mega-esquema" ou "mega-operação". Ou, no iG, "maior operação da história prende 79 por fraude".

UM PROBLEMA
O que mais ecoou da campanha não foi a propaganda, mas a entrevista de José Serra ao "SPTV". O programa tentou manter o candidato 'na parede', como o "JN", mas foi em pergunta das mais simples que o candidato escorregou.
Ao responder sobre "a baixa qualidade da educação", disse que se "tem que entender que SP tem muita imigração, muita gente que continua chegando, este é um problema".
Daí para a submanchete do UOL, "Problema na educação em SP deve-se à migração, afirma Serra", mais "Candidato tenta minimizar polêmica".

É/NÃO É
Daí às colunas e blogs. Gilberto Dimenstein escreveu "não creio que Serra tenha sido preconceituoso, ele só foi desinformado". E Josias de Souza, "além de preconceituosa, análise é equivocada":
- Um nordestino não é mais burro do que um paulista. Só é mais pobre. E para crianças pobres São Paulo oferece escolas indigentes.

AMAZÔNIA
Enquanto Heloísa Helena declarava, ao tratar da viagem que faz hoje a Manaus, que "o desafio do povo brasileiro é preservar a Amazônia e ao mesmo tempo explorar sua biodiversidade", Lula estava um passo além na adaptação.
No título no site do "Wall Street Journal", com base em uma reportagem do "Valor", "Lula pressiona por projeto de hidrelétrica na Amazônia".
Ele estaria "frustrado" com os atrasos na obra e teria cobrado o sinal verde do Ibama.

AINDA A FRONTEIRA
Pouco ecoou no Brasil, mas despachos de agências e até a Voz da América, esta do governo dos EUA, noticiaram a criação, anunciada no Itamaraty, do Centro de Inteligência Latino-americana na "região da Tríplice Fronteira".
Do texto da VOA, "funcionários americanos têm expressado preocupação repetidamente de que a Tríplice Fronteira seja usada para obter recursos para extremistas islâmicos fora da região".

dartmouth.edu - news.com/Reprodução
À esq., mistura de duas fotos que foi primeira página no "Los Angeles Times" em 2003; à dir., soldados se multiplicam em comercial de George W. Bush em 2004

MENTIRAS
Com a recente revelação de mais uma imagem alterada, na cobertura do Oriente Médio, o site de mídia News.com, ligado ao "NYT", publicou duas dezenas delas, ao longo de história -desde os sumiços de Leon Trotsky, na Rússia, até o caso das capas de revista de O.J. Simpson nos EUA.

DE NOVO
Deu na Reuters e já chegou aos blogs do setor, como o Search Engine Watch, que ontem trazia, num título:
- Orkut está causando problema no Brasil de novo.
É que o Ministério Público anunciou que decide até amanhã se encaminha à Justiça ação contra o Google, dono do Orkut. O argumento é que "se recusa a dar informações sobre criminosos". O Google garante que "tem colaborado".

O ANO DO VÍDEO
O blog de mídia de Tiago Dória no iG achou, na prévia de um estudo da consultoria Comscore, a lista dos sites de vídeo mais visitados nos EUA.
Neste que "poderá ser o ano do vídeo na internet", o líder é o Yahoo Video, "lançado mais tarde", com 21,1 milhões. É seguido de MySpace Videos, com 20,1 milhões, e You Tube, 16,1 milhões, "apesar de todo o hype". O Google Video só aparece em sétimo lugar.

Leia as colunas anteriores
@ - Nelson de Sá


Texto Anterior: Deputado citado em relatório desiste de concorrer à reeleição
Próximo Texto: Procurador tenta bloquear bens de petista
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.