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PMDB apoia Yeda e fica no governo para combater Tarso
Com tucana enfraquecida, partido acredita que será alvo político do PT em CPI
Ministro da Justiça contesta a avaliação de que o uso da CPI na Assembleia possa beneficiar a candidatura petista ao governo gaúcho
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O PMDB do Rio Grande do
Sul adiou a decisão de sair do
governo de Yeda Crusius
(PSDB) e vai se unir na defesa
da tucana na CPI que deve ser
instalada até o fim do mês para
investigar sua administração.
O temor é que a CPI fortaleça
a candidatura do ministro da
Justiça, Tarso Genro (PT), à sucessão de Yeda em 2010.
Na última quinta, o PMDB,
maior fiador da governabilidade de Yeda, reuniu seus principais líderes no Estado -entre
eles os pré-candidatos ao governo, o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e o ex-governador Germano Rigotto- e decidiu subir o tom contra Tarso.
O partido vai sair da base de
Yeda para participar da disputa
ao governo gaúcho, mas, nessa
reunião, decidiu adiar a decisão
de quando será a saída.
Na opinião de deputados que
participaram da reunião, Tarso
está usando seu cargo para fazer campanha antecipada. Há o
entendimento de que o alvo político dos petistas durante a
CPI será desgastar o PMDB, e
não Yeda, que já enfrenta uma
forte impopularidade.
Nos principais cenários pesquisados pelo Datafolha no final de maio, Tarso lidera com
34% contra 28% do prefeito de
Porto Alegre. No confronto
contra Rigotto, o petista leva
vantagem de 20 pontos percentuais (38% contra 18%). Nas
duas simulações, a governadora aparece com 7%.
"Politicamente a oposição já
destruiu a governadora. O único adversário político vivo do
PT agora é o PMDB", diz o líder
do partido na Assembleia Legislativa, Gilberto Capoani.
No requerimento da CPI,
elaborado pelo PT, um dos temas a ser apurado é a chamada
Operação Solidária, da Polícia
Federal, que investiga o envolvimento do deputado Eliseu
Padilha (PMDB) e de secretários do partido com o desvio de
verbas de saneamento e irrigação -o que eles negam.
Em maio, o senador Pedro Simon, que preside o PMDB-RS,
já havia dado declarações responsabilizando Tarso por
ações da PF contra adversários
políticos. O ministro negou a
acusação e disse que a PF não
age sob interferência política.
Tarso contesta a avaliação de
que a candidatura do PT ao governo seja beneficiada pela
CPI. Ele diz que o discurso centrado em críticas a corrupção
foi usado pelo PSDB contra a
reeleição de Lula, em 2006.
"Temas como corrupção e
CPI, que foram muito aproveitados pelo PSDB contra o presidente Lula, não geram efeito.
Não só não conseguiram provar, como se deram mal com a
opinião pública, que não é generosa com esse tipo de movimento", afirma o ministro.
O pré-candidato petista criticou o senador Simon por defender uma CPI no Congresso,
mas não no Rio Grande do Sul.
"A atitude política que ele
tem no Senado e a que tem no
Rio Grande do Sul é uma incoerência política difícil de explicar", afirma Tarso.
Simon não respondeu aos recados deixados pela Folha.
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