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Bispo liga denúncia a crescimento da Record
Líder da Universal, Edir Macedo dá entrevista a TV vinculada à igreja e acusa parte da mídia de "preconceito religioso"
"Repórter Record" acusa um dos promotores que fizeram a denúncia de ser parcial em favor da Globo; Promotoria deve se manifestar hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
O bispo Edir Macedo afirmou ontem, na primeira entrevista desde que a Justiça acolheu denúncia contra a Igreja
Universal do Reino de Deus,
que as acusações surgiram em
razão do crescimento da TV
Record, ligada à igreja. A entrevista foi ao ar no "Repórter Record", ontem à noite.
"Antes, eles [a TV Globo] tinham medo que eu fosse candidato a presidente da República.
Hoje, têm medo que a Record
chegue ao primeiro lugar", afirmou Macedo.
O líder da Universal acusou
parte da mídia de "preconceito
religioso" e disse que as denúncias não o afetaram em absolutamente nada. Segundo ele, a
igreja deve crescer neste momento em que é "atacada".
O bispo também afirmou que
o dinheiro da Universal não vai
para a Record -acusação feita
pelo Ministério Público-, mas
para a construção de templos e
obras e ações de caridade.
A reportagem deixou clara a
ligação entre a Universal e a Record. Em imagem da repórter
no avião de carreira a caminho
de Miami, exclusivamente para
a entrevista, ela diz que está
pensando nas perguntas que
terá de fazer ao "chefe". A entrevista tentou mostrar o bispo
como um homem simples e
bem-humorado, que "chegou
dirigindo o próprio carro".
Macedo defendeu o uso de
aviões particulares pela Universal, dando a entender que
poderia ser alvo de tentativas
de assassinato. "Se eu não tivesse avião, os outros passageiros
estariam correndo risco de vida", afirmou, dizendo que o
crescimento da Universal "está
incomodando os poderosos,
que estão aí há muitos séculos".
O líder da Universal afirmou
que sua "maior ambição é colocar a Record lá em cima". "Nós
vamos arrebentar", disse.
Além da entrevista, o programa voltou a atacar a Globo, que,
por sua vez, no "Fantástico", falou de fieis que se dizem ludibriados pela Universal.
Ataque a promotor
A Record também atacou Roberto Porto, um dos quatro
promotores que fizeram a denúncia acatada pela Justiça
paulista. O "Repórter Record"
questionou sua isenção e afirmou que Porto foi punido por
beneficiar a TV Globo.
O promotor ficou afastado do
Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime
Organizado) de novembro de
2003 a abril de 2004, por causa
da divulgação de uma gravação
do traficante Luiz Fernando da
Costa, o Fernandinho Beira-Mar, reclamando do Regime
Disciplinar Diferenciado na penitenciária de Presidente Bernardes. A entrevista foi levada
ao ar pela TV Globo.
A Folha deixou recado no celular do promotor ontem à noite, mas ele não ligou de volta
até a conclusão desta edição. A
assessoria do Ministério Público afirmou que a entidade só
deve se manifestar hoje.
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