São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 2002

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PAINEL

Morrer na praia
O comitê de José Serra convocou uma reunião de emergência para amanhã. O objetivo é definir estratégias para evitar a vitória de Lula no primeiro turno.

Palmo a palmo
A possibilidade de Lula vencer no primeiro turno foi detectada em pesquisa interna do PSDB feita no final de semana. O petista teria apenas dois pontos a menos do que a soma do percentual dos outros candidatos.

Manual de sobrevivência
Pimenta da Veiga, coordenador da campanha de Serra, chamou governadores, prefeitos e parlamentares serristas para a reunião. "Não podemos nos esquecer que Jospin achava que venceria no segundo turno na França e nem chegou lá", diz o deputado Jutahy Júnior (PSDB).

Água fria
O PT está animado com o crescimento de Lula, mas tem um receio: se o petista não ganhar no primeiro turno, a sensação de frustração poderá abater os militantes e prejudicar a campanha no segundo turno.

Palavras cruzadas
O Ministério Público quer fazer o seguinte exercício com os nomes dos autores das emendas secretas ao Plano Diretor- encampadas pelo PT na Câmara de SP e vetadas por Marta após forte pressão: cruzar as listas dos financiadores das campanhas desses políticos com a dos beneficiários pelas emendas.

Impressão digital
O decreto de FHC que estabelece normas para as audiências concedidas a particulares pelo governo começou a vigorar na última quinta. Já há parlamentar se queixando. Se levar algum convidado para uma audiência, o parlamentar antes deverá preencher um formulário.

Sete anos depois...
O objetivo do decreto de FHC é moralizar as audiências e evitar "contrabando" de pedidos (quando um deputado leva a tiracolo um empreiteiro, por exemplo). A norma prevê uma "testemunha" para os encontros e o registro de assuntos tratados.

Goodbye
A caixa postal do celular de Roberto Jefferson (PTB), aliado de Ciro, toca a música "Hello", de Lionel Richie. "Foi minha mulher que escolheu", explica.

Mudança de calendário
O governo e a oposição já entraram em acordo para aprovar projeto de emenda constitucional que muda o dia da posse do novo presidente de 1º para 6 de janeiro. A proposta será votada após o primeiro turno. A data atual dificulta a participação de autoridades estrangeiras.

Peso-pesado
O boxeador Acelino Popó contracena com o "Super-ACM", personagem criado para a campanha do pefelista, que tenta voltar ao Senado após o caso da violação do painel. "O Super-ACM parece comigo até nas cores das luvas", diz Popó, levantando os braços do boneco.

Custo cidadão
A produção de quatro filmetes de 30 segundos cada um da campanha "Voto e Cidadania" custará R$ 560 mil à Câmara dos Deputados, presidida por Aécio Neves (PSDB). Os VTs não têm artistas famosos e foram filmados principalmente em estúdio.

Distâncias
A título de comparação, a campanha do TSE "Vota Brasil" -que tem 25 filmetes e 25 spots de 60 e 30 segundos, documentário de dez minutos, vídeo de treinamento de eleitores (2.800 cópias), jingle (letra e música), três pronunciamentos de Nelson Jobim e criação de cartazes e folhetos- custou R$ 1,7 mi.

Outro lado
A assessoria da presidência da Câmara disse que a Casa concordou com o orçamento da agência Denison Brasil, contratada por licitação. A agência afirmou precisar de autorização do cliente para falar do assunto.

TIROTEIO

Do presidente do PSDB, José Aníbal, sobre o estilo "paz e amor" da campanha de Lula:
- O Lulinha "peace and love" está fazendo uma campanha servil. Está de acordo com tudo: a ditadura foi boa, o Sarney foi ótimo, tudo foi ótimo. É uma campanha primitiva. Não é possível que o Brasil vá optar pelo Kid Vaselina.

CONTRAPONTO

Como os romanos

No centenário de JK, comemorado na semana passada, o presidente do TST, Francisco Fausto, lembrou-se de uma história contada pelo amigo e conterrâneo Câmara Cascudo.
Juscelino Kubistchek era presidente (1956-1961) e na primeira viagem a Natal (RN) pediu a amigos comuns para visitar o escritor. Cascudo tinha uma mania: enquanto estava em casa não tirava o pijama. Na manhã do dia da visita, a assessoria do presidente foi à casa de Cascudo e informou que JK tinha todo interesse em visitá-lo, mas a agenda estava cheia e ele só poderia estar ali às 14h.
Cascudo disse que não tinha problema. Informou "apenas" que iria receber o presidente de pijama, para espanto dos assessores. Às 14h chegou JK, de terno. Olhou para o escritor e disse:
- O senhor fica de pijama e eu tiro os sapatos e fico de meia.
E tirou.



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