São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 2002

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DISTRITO FEDERAL

Caso envolve 2 deputados

Oposição tenta CPI para apurar grilagem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma disputa entre aliados do governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), levou a oposição a pedir uma CPI para investigar a ocupação e o parcelamento irregular de terras no DF. O empresário Márcio Passos acusou um deputado e um ex-integrante do governo de terem recebido propina para facilitar a regulamentação de condomínios.
Ontem, após quase sete horas de discussão, os deputados governistas adiaram por cinco dias a votação da instalação da CPI, mas a oposição acredita que não conseguirá quórum, o que pode deixar a decisão para depois do primeiro turno das eleições. Por outro lado, aprovaram ontem uma CPI para investigar os contratos de publicidade feitos na gestão do ex-governador do DF Cristovam Buarque (PT), atualmente candidato ao Senado, de 1995 a 1998.
Márcio Passos divulgou trechos de uma fita de vídeo em que o deputado Odilon Aires (PMDB), ex-secretário de Assuntos Fundiários do DF, reclama por receber menos lotes que o presidente da Câmara Legislativa, Gim Argello (PMDB), para aprovar projetos de regularização de condomínios.
As acusações levaram Aires a pedir seu afastamento da CPI que investiga desvio de recursos na Asefe (Associação dos Servidores da Fundação Educacional do DF) para ser utilizado na campanha de políticos da esquerda em 98.
Márcio e seu irmão Pedro Passos, candidato a deputado distrital pelo PSD, tiveram a prisão decretada pela Justiça na semana passada sob a acusação de parcelamento irregular de terras em uma área no Lago Sul, bairro do DF. Eles estão foragidos.
Roriz é acusado pela oposição de ser conivente com a grilagem no DF e com a atuação dos irmãos. Ele já avalizou um empréstimo para os irmãos e Pedro usa em sua campanha fotos em que está abraçado ao governador.
A assessoria de imprensa do governador informou que o governo não se pronunciará sobre o caso. Aires disse não conhecer nada que desabone os deputados. Argello negou. (SANDRO LIMA)


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