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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
PSDB serrista reage à crítica de Alckmin e elogia Kassab
Aloysio Nunes Ferreira, da Casa Civil, diz que prefeito faz "governo admirável"
Alckmin diz que kassabistas não têm "compromisso com o PSDB, têm compromisso com o poder'; Serra reclama do programa de TV tucano
DA REPORTAGEM LOCAL
Em pé de guerra, tucanos
alckmistas e kassabistas expuseram ontem suas garras, elevando a temperatura na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Um dia depois de o candidato
do PSDB, Geraldo Alckmin,
atacar a atual administração na
TV, secretários municipais tucanos defenderam publicamente o candidato à reeleição
Gilberto Kassab (DEM).
Alckmin, em novo ataque,
chamou Kassab e seus aliados
de oportunistas e acusou os
kassabistas de "afundar" o
PSDB: "Não têm o menor compromisso com o PSDB. Têm
compromisso com o poder".
De tão acalorada, a discussão
chegou ao Palácio dos Bandeirantes, de onde o chefe da Casa
Civil, Aloysio Nunes Ferreira,
rompeu o silêncio e chamou de
injusta a crítica de Alckmin. "É
um governo admirável, seguindo à risca o programa estabelecido por Serra, aprovado pelo
povo e prestigiado por Kassab.
A crítica é injusta e complica
relações de forças políticas que
deverão estar aliadas no segundo turno", disse Ferreira.
A avaliação no palácio é a de
que o comportamento de Alckmin afugenta o governador da
campanha. Em conversas, o
próprio Serra se queixou da
"canelada" que Alckmin deu
em Kassab ao levar à TV o episódio do "vagabundo".
A batalha de ontem começou
no lançamento do programa de
Kassab. Tucanos defenderam o
prefeito dos ataques de véspera, quando Alckmin disse que
Kassab rompera com o PSDB.
Amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), o ex-ministro José
Gregori disse que "Kassab tem
seguido linha por linha" o programa de Serra. "São Paulo merece e deve sufragar o nome de
Kassab", pregou Gregori, hoje
presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos.
O secretário de Governo,
Clóvis Carvalho, disse que a cidade está no rumo "absolutamente certo". Januário Montone (Saúde) declarou: "Vamos
ao segundo turno e à vitória".
O ex-ministro Caio Carvalho
citou nomes históricos do
PSDB para concluir: "As pessoas que estão aqui têm história. Tenho uma honra muito
grande e quero continuar mais
uma vez com você", afirmou.
Recém-desfiliado do PSDB, o
secretário de Planejamento,
Manuelito Magalhães, elogiou
o respeito de Kassab às diretrizes fixadas por Serra.
À tarde, Alckmin atacou
quem "não respeita" o partido.
Disse que há "oportunismo de
ambos os lados", tanto de Kassab, que se apropriou de idéias
do PSDB, quanto dos tucanos
que o apóiam. Ao responder se
lamentava que fundadores do
PSDB estivessem com o prefeito, Alckmin disse que a ajuda
deles "foi afundar [o PSDB]".
Até ontem calado, Ferreira
foi o porta-voz da insatisfação
de Serra. "O PSDB não rompeu
com a gestão Kassab. Pelo contrário, continua no comando de
setores cruciais do governo, como educação e saúde, onde secretários tucanos fazem um
trabalho admirável", frisou o
secretário, lembrando que foram essas as palavras de Serra
numa entrevista à Folha.
Em junho, Serra afirmou que
apoiaria Alckmin se fosse essa
a escolha do partido, mas mandou um recado: "Não deixarei
de reconhecer e defender sempre a qualidade da ação administrativa e política do Gilberto
Kassab e de sua excelente equipe, que deram seqüência, ponto por ponto, à minha gestão".
Ontem, Kassab disse ter seguido "milimetricamente" o
plano de Serra. "Tenho certeza
absoluta de que ele se orgulha."
Apesar da reação, o marqueteiro de Alckmin, Raul Cruz Lima manterá o roteiro: "Vamos
subindo [o tom] aos poucos,
vendo o que acontece como resultado".
(ANA FLOR, CATIA SEABRA E FERNANDO BARROS DE MELLO)
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