São Paulo, quinta-feira, 17 de setembro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Súmula vinculante

Antes mesmo de ser oficializada a esperada indicação de José Antonio Toffoli para o STF, o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante, entrou em campo na tentativa de vencer a resistência oposicionista ao nome do advogado-geral da União. Seu discurso procura comparar o caso de Toffoli ao do atual presidente do Supremo, Gilmar Mendes, que chegou à Corte depois de comandar a AGU no governo Fernando Henrique.
Nas conversas com senadores do DEM e do PSDB, Mercadante reconhece que os petistas se rebelaram contra a escolha de Gilmar, que no entanto se revelou "excelente ministro". Diz ainda que a passagem pela AGU dá ao indicado uma "visão de Estado".




Conta outra. A despeito da campanha de Mercadante, a oposição discutia ontem a possibilidade de votar contra a indicação de Toffoli, que terá de passar pelo Senado.

Intranet. A perspectiva da ida de Toffoli para o Supremo gerou forte reação nas redes internas do Ministério Público Federal e dos estaduais. Foram postados artigos apontando deficiências no currículo acadêmico do indicado e outros destruindo seu parecer contrário à possibilidade de o MP propor ação penal.

Internet. A procuradora da República Janice Ascari expôs suas objeções a Toffoli numa série de posts no Twitter. "Ele pode ser um bom advogado, mas não tem a menor condição de ser ministro. Na comunidade jurídica, sempre foi visto como o advogado do PT", repete ela, fora da rede.

Cena. Colegas de Supremo não entenderam a "surpresa" manifestada pelo presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, diante da decisão de Eros Grau suspendendo os processos de cassação apresentados diretamente ao tribunal eleitoral. Afirmam que Grau avisou Britto de antemão.

Vacina. O ministro Nelson Jobim (Justiça) fez questão de abrir sua audiência ontem no Senado dizendo que: a) foi a estatal francesa DCNS quem escolheu a Odebrecht para erguer o estaleiro naval no Rio, ou seja, não teria havido "participação do governo brasileiro nesta decisão" b) o Brasil não está comprando "armas".

Mapa. Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que presidiu a audiência, não perdeu a chance de lembrar o lapso de Dilma Rousseff ao chamar Augusto Botelho (PT-RR): "Ministro, o senador é de Roraima, e não de Rondônia".

Mago. O presidente do PV, José Luiz Penna, recebeu telefonema de Paulo Coelho. Diretamente da Turquia, o escritor pedia informações sobre o prazo final de filiação (30 de setembro para quem pretende disputar as eleições de 2010). Segundo Penna, ele quer se juntar à legenda.

Bombando. Pré-Marina Silva, o PV computava média mensal de 200 adesões. Desde a chegada da senadora, já são 3 mil os novos "verdes".

Paradão. Protocolado há 20 dias pelo PPS, continua intocado na Mesa da Câmara o pedido da cópia de segurança das imagens do Palácio do Planalto que poderiam confirmar encontro entre a ministra Dilma Rousseff a ex-secretária da Receita Lina Vieira. O responsável pelo parecer é Marco Maia (PT-RS), que ainda não enviou o documento para o governo.

Para lembrar. Segundo o regimento, a Câmara tem prazo de cinco sessões para despachar o requerimento.

Troco. Deputados do PT se reuniram com o líder Cândido Vaccarezza para cobrar um compromisso dos demais partidos da base aliada: caso prospere a CPI do MST, pedida pelos "demos", será aprovado um requerimento estendendo o escopo da investigação aos contratos da CNA, presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Se Sarney considera a mídia "inimiga das instituições", poderia começar se desfazendo de seus veículos de comunicação no Maranhão.

Do deputado DOMINGOS DUTRA (PT-MA), sobre declaração do presidente do Senado, que ontem disse ter sido mal interpretado.

Contraponto

Vantagem comparativa

Durante audiência de Nelson Jobim na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Sérgio Guerra (PSDB-PE) quis saber do ministro da Defesa as razões da preferência do governo brasileiro por caças e submarinos da França em detrimento dos modelos suecos e americanos.
-O que eles prometeram que os outros também não são capazes de entregar?- perguntou Guerra.
À mesa ao lado de Jobim, os tucanos Tasso Jereissati (CE) e Eduardo Azeredo (MG) sugeriram em coro:
-Só se for a Carla Bruni...
Heráclito Fortes (DEM-PI) emendou:
-Estamos falando de avião, mas de outra natureza!


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