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CRISE NO ES
Saque em banco é apurado
Governador é indiciado em mais um inquérito
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
Um novo inquérito foi aberto
ontem no STJ (Superior Tribunal
de Justiça) contra o governador
do Espírito Santo, José Ignácio
Ferreira (PTN). Ignácio, que já é
alvo de duas outras sindicâncias,
será investigado desta vez por suposto crime de colarinho branco.
Ele teria sacado a descoberto R$
2,6 milhões do Banestes para financiar a campanha eleitoral. A
conta negativa seria posteriormente coberta por duas empresas
de engenharia, sob a alegação de
contribuição para a campanha.
De acordo com relatório da
Procuradoria Geral da República,
para cobrir o saldo negativo no
Banestes, o governador e seu cunhado, Gentil Ruy, abriram nova
conta, no mesmo banco, no dia 29
de outubro de 1998, e receberam
um crédito, do próprio Banestes,
no valor de R$ 2,6 milhões.
Segundo os autos, esse dinheiro
teria sido remetido no dia seguinte para a agência Banestes de São
Paulo, tendo como favorecido
Osmair Bernardino, procurador
das empresas HMG, CEC e Target. No mesmo dia, a primeira
conta do governador, que estava
negativa, recebeu quatro depósitos, somando R$ 2,6 milhões.
As supostas doações feitas pelas
empresas de engenharia foram
depositadas um dia antes de terminar o prazo estabelecido pela
Justiça Eleitoral para a prestação
de contas da campanha.
Outro lado
O secretário de Comunicação
do governo do Espírito Santo, José Nunes, negou a existência de irregularidades no empréstimo
concedido pelo Banestes a José Ignácio. Segundo Nunes, essa questão já foi levantada pelo Ministério Público e o governador já informou que o saque de R$ 2,6 milhões não foi feito a descoberto.
Ainda de acordo com o secretário, "esse assunto já foi exaustivamente debatido" e a prestação de
contas da campanha foi aprovada
pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Anteriormente, em entrevista à Agência Folha, o governador comparou as acusações contra ele a uma tentativa de golpe.
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