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MATO GROSSO DO SUL
Agiosul é acusada de imprimir ilegalmente material do PT e de ONGs, entre outros
Inquérito investigará gráfica oficial
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A promotora Mara Cristiane
Bortolini abriu inquérito civil para apurar a utilização para fins político-partidários da Agiosul
(Agência da Imprensa Oficial de
Mato Grosso do Sul), prática denunciada por gráficas do Estado
no mês passado.
Ela também incluiu no processo
a acusação de enriquecimento ilícito contra o diretor-presidente
da Agiosul, Ubirajara Gonçalves
de Lima. Segundo ela, há "fortes
indícios" de irregularidades.
No início de setembro, 21 gráficas entregaram à promotora cópias de material gráfico do PT, de
ONGs e de outros materiais que
teriam sido impressos ilegalmente na Agiosul. Bortolini ouviu 16
testemunhas, entre ex-funcionários da Agiosul e donos de gráfica.
Segundo ela, há "uma grande
coincidência" nos depoimentos
dos ex-funcionários sobre os trabalhos irregulares, que teriam sido feitos fora do expediente.
O diretor-presidente da Agiosul
nega as acusações de uso ilegal da
gráfica e de enriquecimento ilícito. Segundo Lima, as denúncias
são uma "represália" de ex-funcionários -haveria 150 quando
ele assumiu o cargo contra 76 hoje. O diretor da Agiosul também
fala na existência de uma "máfia
das gráficas" no Estado.
O secretário de Governo de Mato Grosso do Sul, Ben-Hur Ferreira, também acredita em retaliação
de funcionários demitidos (veja
texto ao lado)
Depoimento
Givanildo dos Santos, um dos
ex-funcionários da Agiosul que
foram ouvidos pela promotora,
diz ter presenciado o uso irregular
da gráfica "mais de uma centena
de vezes". No seu depoimento, ele
também acusa Lima de reter parte
do salários de funcionários da
Agiosul com cargos de confiança.
De acordo com ele, Lima teria
lhe oferecido um cargo com salário de cerca de R$ 900 com a condição de que devolvesse R$ 400.
Ele disse que não aceitou, mas
acabou nomeado para um cargo
de R$ 410.
A promotoria também recebeu
um disquete contendo alguns trabalhos irregulares, que teriam sido retirados do computador da
Agiosul.
Laudo preliminar afirma que a
data dos arquivos encontrados de
santinhos de candidatos a vereador do PT coincide com a período
em que as testemunhas teriam
visto as irregularidades.
Santos afirmou que esses santinhos ficavam escondidos no banheiro de Lima e que ele mesmo
(Santos) os distribuiu em cidades
do norte do Estado utilizando um
carro oficial com chapa fria, para
não despertar atenção.
Recém-desfiliado do PT, o ex-funcionário hoje trabalha como
assessor de um vereador do
PSDB, em Coxim.
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