São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÃO PAULO

Pedágio foi outro tema responsável por momentos de tensão entre Alckmin e Genoino, ontem; candidatos têm novo encontro hoje

Segurança domina e esquenta 1º debate

DA REPORTAGEM LOCAL

Segurança pública e pedágios foram os temas que causaram os principais enfrentamentos durante o primeiro debate do segundo turno entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, realizado ontem pela TV Bandeirantes. Saúde pública, saneamento, críticas ao PT e ao governo FHC também foram temas abordados por Geraldo Alckmin (PSDB) e José Genoino (PT).
O programa teve dois momentos de maior tensão. Ambos ocorreram na segunda meia hora de debate. No primeiro, Alckmin acusou o PT de ter ficado "do outro lado", ou seja, em oposição à polícia no episódio em que 12 supostos criminosos foram mortos na região de Sorocaba, em março.
A afirmação ocasionou direito de resposta ao deputado petista.
No segundo episódio, Genoino, depois de criticar os pedágios e a visão do governador sobre sua própria administração, afirmou: "Você fala de um Estado que não existe: a Geraldolândia, que está na sua cabeça".
Por causa disso, o tucano também ganhou direito de resposta.
Os pontos de resistência dos candidatos, ao longo do programa de ontem, foram: do petista, afirmar que Alckmin está no governo há oito anos e pouco fez (disse isso nove vezes); do tucano, dizer que promoveu diversas realizações e que está "trabalhando" (usou o artifício 13 vezes).
Também foram recorrentes as ocasiões em que o governador disse que o candidato do PT era "desinformado", rebatendo suas afirmações com informações estatísticas. Genoino, por sua vez, várias vezes afirmou que a atuação de Alckmin era sintonizada, sobretudo no que teria de negativo, ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.
Na disputa pelo governo estadual, Geraldo Alckmin está em primeiro lugar nas intenções de voto, segundo o Datafolha, com 50%, contra 42% de Genoino. Ambos voltam a debater hoje, na Rede Record.
Ontem, Alckmin criticou várias vezes a atuação dos governos petistas (sobretudo o do Rio, mas também o do Rio Grande do Sul) na área da segurança pública.
Acusou também Genoino de, em 20 anos como deputado federal, não ter aprovado emendas em favor do Estado de São Paulo.
De sua parte, o Genoino afirmou que criminosos instituíram "toque de recolher" na região de Osasco, insistiu na questão do desemprego, afirmando que há 3,7 milhões de pessoas nessa condição no Estado, e na precariedade do sistema educacional, que teria gerado 19% de analfabetos funcionais.
Numa das perguntas que fez a Alckmin, Genoino questionou o governador sobre o sistema escolar de progressão continuada, "que virou aprovação automática, uma idéia boa que se tornou ruim", nas palavras do petista.
Alckmin afirmou que a idéia é originária do PT, que surgiu com com a ex-prefeita Luiza Erundina e o educador Paulo Freire, que impede a evasão e que vai continuar no seu eventual governo.
Diante da réplica de Genoino, segundo a qual no ensino público estadual "se faz de conta que se aprende e se faz de conta que se dá aula", Alckmin rebateu: "O pessoal do PT deve estar vermelho com essa crítica pela direita".
Genoino também criticou a privatização do setor elétrico, responsabilizando-a pelos aumentos das tarifas. Alckmin disse que as principais geradoras são estatais, mas que o governo estadual está trabalhando em programas de geração de energia alternativa.
Em outra intervenção sobre o tema, Genoino disse: "Tem que acabar com a farra dos pedágios".
Alckmin retrucou afirmando "que o PT dizia isso no Rio Grande do Sul, mas colocou pedágio na ida e na volta".
"Governador, você está muito arrogante. Está muito preocupado com o PT. Tem que se preocupar com São Paulo, que você governa há oito anos." Alckmin repetiu várias vezes que "uma coisa é o discurso, outra a ação".
No penúltimo bloco, antes das considerações finais, os candidatos foram questionados por jornalistas.



Texto Anterior: Paraíba: Paulino tem 52,1%, contra 39,2% de Cássio
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.