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SÃO PAULO
Pedágio foi outro tema responsável por momentos de tensão entre Alckmin e Genoino, ontem; candidatos têm novo encontro hoje
Segurança domina e esquenta 1º debate
DA REPORTAGEM LOCAL
Segurança pública e pedágios
foram os temas que causaram os
principais enfrentamentos durante o primeiro debate do segundo turno entre os candidatos ao
governo do Estado de São Paulo,
realizado ontem pela TV Bandeirantes. Saúde pública, saneamento, críticas ao PT e ao governo
FHC também foram temas abordados por Geraldo Alckmin
(PSDB) e José Genoino (PT).
O programa teve dois momentos de maior tensão. Ambos ocorreram na segunda meia hora de debate. No primeiro, Alckmin
acusou o PT de ter ficado "do outro lado", ou seja, em oposição à
polícia no episódio em que 12 supostos criminosos foram mortos
na região de Sorocaba, em março.
A afirmação ocasionou direito
de resposta ao deputado petista.
No segundo episódio, Genoino,
depois de criticar os pedágios e a
visão do governador sobre sua
própria administração, afirmou:
"Você fala de um Estado que não
existe: a Geraldolândia, que está
na sua cabeça".
Por causa disso, o tucano também ganhou direito de resposta.
Os pontos de resistência dos
candidatos, ao longo do programa de ontem, foram: do petista,
afirmar que Alckmin está no governo há oito anos e pouco fez
(disse isso nove vezes); do tucano,
dizer que promoveu diversas realizações e que está "trabalhando"
(usou o artifício 13 vezes).
Também foram recorrentes as
ocasiões em que o governador
disse que o candidato do PT era
"desinformado", rebatendo suas
afirmações com informações estatísticas. Genoino, por sua vez,
várias vezes afirmou que a atuação de Alckmin era sintonizada,
sobretudo no que teria de negativo, ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.
Na disputa pelo governo estadual, Geraldo Alckmin está em
primeiro lugar nas intenções de
voto, segundo o Datafolha, com
50%, contra 42% de Genoino.
Ambos voltam a debater hoje, na
Rede Record.
Ontem, Alckmin criticou várias
vezes a atuação dos governos petistas (sobretudo o do Rio, mas
também o do Rio Grande do Sul)
na área da segurança pública.
Acusou também Genoino de,
em 20 anos como deputado federal, não ter aprovado emendas em
favor do Estado de São Paulo.
De sua parte, o Genoino afirmou que criminosos instituíram
"toque de recolher" na região de
Osasco, insistiu na questão do desemprego, afirmando que há 3,7
milhões de pessoas nessa condição no Estado, e na precariedade
do sistema educacional, que teria
gerado 19% de analfabetos funcionais.
Numa das perguntas que fez a
Alckmin, Genoino questionou o
governador sobre o sistema escolar de progressão continuada,
"que virou aprovação automática, uma idéia boa que se tornou
ruim", nas palavras do petista.
Alckmin afirmou que a idéia é
originária do PT, que surgiu com
com a ex-prefeita Luiza Erundina
e o educador Paulo Freire, que
impede a evasão e que vai continuar no seu eventual governo.
Diante da réplica de Genoino,
segundo a qual no ensino público
estadual "se faz de conta que se
aprende e se faz de conta que se dá
aula", Alckmin rebateu: "O pessoal do PT deve estar vermelho
com essa crítica pela direita".
Genoino também criticou a privatização do setor elétrico, responsabilizando-a pelos aumentos das tarifas. Alckmin disse que as
principais geradoras são estatais,
mas que o governo estadual está
trabalhando em programas de geração de energia alternativa.
Em outra intervenção sobre o
tema, Genoino disse: "Tem que
acabar com a farra dos pedágios".
Alckmin retrucou afirmando
"que o PT dizia isso no Rio Grande do Sul, mas colocou pedágio
na ida e na volta".
"Governador, você está muito
arrogante. Está muito preocupado com o PT. Tem que se preocupar com São Paulo, que você governa há oito anos." Alckmin repetiu várias vezes que "uma coisa
é o discurso, outra a ação".
No penúltimo bloco, antes das considerações finais, os candidatos foram questionados por jornalistas.
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