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SÃO PAULO
Equipe de TV petista usa unidade municipal de Ribeirão Preto como locação para programa eleitoral de Lula; medida é ilegal
PT usa escola pública para gravar propaganda e fere a lei
EVANDRO SPINELLI
DA FOLHA RIBEIRÃO
O PT fez uma gravação para o
horário eleitoral gratuito em uma
escola municipal de Ribeirão Preto contrariando a Lei Eleitoral,
que proíbe o uso de prédios públicos em propaganda política.
A gravação foi usada no espaço
do candidato à Presidência pelo
partido, Luiz Inácio Lula da Silva,
anteontem. O prefeito de Ribeirão, Antônio Palocci Filho, é
coordenador do programa de governo de Lula.
Palocci está licenciado para se
dedicar só à campanha.
A gravação foi autorizada pela
secretária municipal da Educação
e vereadora licenciada Joana Leal
Garcia (PT). Segundo ela, o pedido de uso da escola foi feito pela
agência que cuida da produção
dos programas de TV do PT, do
publicitário Duda Mendonça.
A agência prepara os programas para Lula e José Genoino,
candidato do partido ao governo
de São Paulo.
O promotor eleitoral Arnaldo
Hossepian Júnior afirmou que o
procedimento foi ilegal. "É vedada a utilização de prédio público
para propaganda eleitoral."
A gravação foi feita na segunda-feira pela manhã na escola municipal Neuza Michelutti Marzola,
no Jardim Centenário.
Não foram usadas imagens de
alunos ou professores de Ribeirão. Todos os participantes da filmagem foram trazidos de Piracicaba pela equipe do PT.
Alunos
Foram cerca de 40 alunos e uma
professora de escolas de Piracicaba -cujo prefeito, José Machado
(PT), está licenciado para coordenar a campanha de Genoino. A
assessoria de imprensa da prefeitura da cidade informou que não
tinha dados sobre o caso.
As imagens foram ao ar anteontem, no horário eleitoral de Lula.
No programa, dedicado à proposta petista para a educação, a professora Carla Lima, cercada por
crianças na escola de Ribeirão, diz
que dá aulas em uma escola pública, cujo nome não é revelado.
A secretária da Educação informou que a escola foi escolhida
porque "está limpinha e acabou
de ser reformada".
A diretora Adriana De Bortoli
Gentil disse que não sabia da gravação porque não estava na escola
na ocasião, mas que a assistente
de direção, Geralda Catarina
Bressiani Botura, saberia.
Geralda, no entanto, disse que
só Adriana poderia dar informações sobre a autorização para as
gravações.
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