São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA PDT opta por neutralidade no 2º turno
Partido de Cristovam Buarque era cortejado por PT e PSDB; mesmo simpático a Alckmin, senador não vai declarar voto
RAPHAEL GOMIDE DA SUCURSAL DO RIO Apesar de ter sido cortejado pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PSDB de Geraldo Alckmin, o PDT decidiu ontem, no Rio, ficar neutro no segundo turno das eleições. Por 128 votos a 49, o Diretório Nacional do partido optou pelo que o candidato derrotado Cristovam Buarque chamou de "independência". Cristovam, que teve 2,5 milhões de votos (2,64% dos válidos) no primeiro turno, não vai declarar o seu voto, assim como o presidente do PDT, Carlos Lupi. Pesaram muito na decisão as questões políticas regionais, casos de Maranhão, Amapá e Bahia, por exemplo. Segundo Lupi, no Maranhão, o candidato do PDT Jackson Lago deve apoiar Lula; no Amapá, o governador eleito Waldez Góes também apóia o petista; na Bahia, o presidente e o secretário-geral do PDT defendem Alckmin, mas o prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, pede voto para Lula. "Ou ficamos neutros ou boto para fora um ou outro", disse. "O PDT é um partido independente e nenhuma das forças políticas do segundo turno representa nossas idéias e causas. Todos estão livres para exercer o voto", justificou Lupi, ao proclamar o resultado. Segundo ele, a neutralidade foi a decisão "menos ruim". Apesar de não declarar em quem votará, Cristovam Buarque contou que já fez sua escolha entre Lula e Alckmin. Revelou que tem mantido freqüentes conversas com o tucano e o defendeu, dizendo não acreditar que ele vá privatizar a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. O candidato tucano chegou a enviar uma carta ao PDT se comprometendo a não privatizar essas empresas em um eventual governo seu, na tentativa de obter o apoio do partido. Muro Para Cristovam, Alckmin deu uma resposta mais convincente sobre propostas do PDT para educação e tem falado mais sobre o tema nos programas eleitorais na TV. Após os comentários positivos, disse sorrindo que "não necessariamente" votará em Alckmin. Indagado se está "em cima do muro", disse: "Não, estou é proibido de dizer de que lado do muro estou", afirmou. Para o senador Cristovam Buarque, se a votação tivesse acontecido dez dias antes, o resultado teria sido outro, favorável a Alckmin. "A maioria era pró-Alckmin. O fato de demorar a decidir mudou a situação", disse, que não discursou antes da votação interna nem chegou a votar, "para não influenciar". Lupi discordou. "Passei uma semana de inferno. O PDT tem natureza peculiar, criado à imagem de Leonel Brizola, que decidia tudo sozinho. Não sou Brizola, então tive de ouvir todos. Foi melhor esperar, porque discutimos programa com os candidatos e ganhamos tempo", afirmou o presidente. Cristovam afirmou que, entre os candidatos à Presidência, "nem um nem outro é de esquerda". Para o senador, Alckmin mantém o rótulo de "direita" no "simbolismo" do eleitor de esquerda e Lula também não representa a esquerda. "Esse simbolismo poderia nos trazer grandes problemas", disse. Texto Anterior: TSE rejeita novo pedido de proibição de propaganda sobre negociação de dossiê Próximo Texto: Datafolha: Maioria dos eleitores de Cristovam prefere Lula no 2º turno Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |