|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CNI prevê dificuldades para que novo governo aprove reformas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), previu
ontem que o futuro presidente
da República, seja qual for o escolhido, terá dificuldades para
aprovar reformas vitais para o
interesse do setor produtivo.
"Na nossa avaliação, seja o
[Geraldo] Alckmin ou o [Luiz
Inácio] Lula [da Silva], nós teremos dificuldade no ambiente
político", afirmou Neto em entrevista após a cerimônia de recondução à presidência da CNI.
O congressista pregou uma
aliança entre diversos setores
da sociedade para insistir no
ajuste das contas do governo.
"A sociedade precisa fazer
aliança para ajudar no ambiente político das reformas. Não
adianta ficar só no plano conceitual, está na hora de fazer
mais engenharia e menos arquitetura", declarou.
O deputado ressaltou que o
governo precisa controlar os
gastos públicos, num severo
ajuste fiscal, para tornar possível uma redução na carga tributária. Ele cobrou ainda mais detalhes de Lula e Alckmin sobre
o tema. "Um candidato propõe
cortes mais drásticos. O outro,
mais gradativos. O Brasil deve
ter o tamanho do seu desafio."
Segundo ele, adianta pouco
para a indústria que o governo
proponha desoneração de alguns setores ou produtos específicos, como vem fazendo, se
os gastos correntes só vêm aumentando nos últimos anos.
"Só vamos conseguir evoluir no
sentido de reduzir a carga e melhorar a questão tributária se
atacarmos a questão fiscal."
Para o deputado, propostas
de corte de gastos parecem
proibidas durante o período
eleitoral -o enxugamento da
máquina ou redução de repasses pode significar menos dinheiro para projetos como a compra de terras para a reforma agrária. "A eleição inibe o
debate da questão fiscal", disse.
Texto Anterior: Presidente da CNI vê dificuldade para aprovar reformas Próximo Texto: Lula e Alckmin serão sabatinados pela Folha Índice
|