São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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CNI prevê dificuldades para que novo governo aprove reformas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), previu ontem que o futuro presidente da República, seja qual for o escolhido, terá dificuldades para aprovar reformas vitais para o interesse do setor produtivo.
"Na nossa avaliação, seja o [Geraldo] Alckmin ou o [Luiz Inácio] Lula [da Silva], nós teremos dificuldade no ambiente político", afirmou Neto em entrevista após a cerimônia de recondução à presidência da CNI.
O congressista pregou uma aliança entre diversos setores da sociedade para insistir no ajuste das contas do governo.
"A sociedade precisa fazer aliança para ajudar no ambiente político das reformas. Não adianta ficar só no plano conceitual, está na hora de fazer mais engenharia e menos arquitetura", declarou.
O deputado ressaltou que o governo precisa controlar os gastos públicos, num severo ajuste fiscal, para tornar possível uma redução na carga tributária. Ele cobrou ainda mais detalhes de Lula e Alckmin sobre o tema. "Um candidato propõe cortes mais drásticos. O outro, mais gradativos. O Brasil deve ter o tamanho do seu desafio."
Segundo ele, adianta pouco para a indústria que o governo proponha desoneração de alguns setores ou produtos específicos, como vem fazendo, se os gastos correntes só vêm aumentando nos últimos anos. "Só vamos conseguir evoluir no sentido de reduzir a carga e melhorar a questão tributária se atacarmos a questão fiscal."
Para o deputado, propostas de corte de gastos parecem proibidas durante o período eleitoral -o enxugamento da máquina ou redução de repasses pode significar menos dinheiro para projetos como a compra de terras para a reforma agrária. "A eleição inibe o debate da questão fiscal", disse.


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