São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

A guerra das polícias

Reprodução
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Ao vivo pela Record e pela Globo, tiros e bombas

As imagens da "guerra das polícias" tomaram aos poucos as redes Record, Globo, à tarde. Mas foi na Band que se deu o jogo político.
No "Brasil Urgente", o governador tucano José Serra entrou ao vivo para dizer a José Luiz Datena que a "CUT está participando, ela é do PT", que "parlamentares estão apoiando" e "os agitadores têm propósito político-eleitoral". Mais alguns blocos e o senador petista Aloizio Mercadante entrou também ao vivo para responder que "o que está por trás" da greve dos policiais é "o pior salário do Brasil e a ausência de diálogo" e que "as associações não têm caráter partidário, todo mundo sabe disso em São Paulo".
O governador repetiu as acusações e até respondeu indiretamente ao senador, pouco depois no "SPTV", sempre ao vivo, sem outro lado.

AO VIVO, DOS HOSPITAIS
Nos portais e nas escaladas dos telejornais, números conflitantes sobre os feridos da "batalha campal" dos policiais paulistas, espalhados por três hospitais da região. Os relatos falavam de "baleados" e não por tiros de borracha, mas "de verdade". E pelo menos dois jornalistas teriam sido atingidos, um deles por bomba de efeito moral, da Folha Online, o outro cinegrafista da Record.
Boris Casoy, ancorando o "Jornal da Band", opinou que as "polícias se digladiam enquanto a situação na segurança pública é calamitosa" e "o governo estadual não tem tido competência para acabar com a greve".

SOBE-E-DESCE
O "New York Times" de papel já não deu manchete ontem para a crise, apesar da queda "histórica" em Wall Street. E no site, ontem à noite, noticiou sem alarde a forte alta em Wall Street, no fim da sessão.
Se a cobertura americana, em parte ao menos, já não se move pelo sobe-e-desce da Bolsa de Valores, os sinais de instabilidade avançam pelas commodities -e daí para a cobertura sobre o Brasil, por lá.
O "Financial Times" deu especial para afirmar que, com a queda no custo do petróleo e dos minérios, "sombras atingem Rússia e Brasil". Aliás, "o aperto na economia brasileira tem sido um choque especial", com "a perspectiva escurecendo dramaticamente".

"FÉ NO CAPITALISMO"

economist.com
A "Economist" dá capa para o "Capitalismo angustiado", destacando "o que deu errado e, mais importante para o futuro, o que não deu". O que é necessário agora, afirma, "não é mais governo e sim melhor governo". Defendeu o capitalismo, que "apesar de suas falhas é o melhor sistema econômico que o homem já inventou"

PARA A ÁSIA
Em artigo sobre o tema pelo segundo dia consecutivo, o estatal "China Daily" saudou ontem que a "crise financeira sinaliza a chegada de uma era multipolar", em artigo do editor-chefe do japonês "Asahi Shimbun", Yoichi Funabashi. Para o jornalista, "o poder geopolítico se muda do Ocidente para a Ásia".

"CAMARADA"
Pelas agências, o presidente venezuelano Hugo Chávez ironizou ontem que o "camarada" George W. Bush "agora está à minha esquerda". Às voltas com a negociação de uma "nacionalização" de banco também na Venezuela, sublinhou como o colega americano "vai comprar ações de bancos privados".

DESACELERAÇÃO E SÓ
Sob o enunciado "Apostas ruins", a nova "Economist" abordou ontem as "preocupações cambiais" no Brasil e no México, apresentando as operações com derivativos da Votorantim e do grupo Comercial Mexicana como prova de que a crise "não poupou a América Latina". Eles perderam, respectivamente, US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões. De qualquer maneira, a revista prevê apenas "desaceleração" e não "quebra", para a região. E repisa elogios às finanças públicas, ao sistema bancário etc.

"O NOVO BRASIL"

guardian.co.uk
No topo das buscas de Brasil, "os brasileiros debatem: é hora de Dunga ir embora?", do site Goal. "Guardian" e outros lamentaram "mais um deprimente zero a zero" da seleção. E o site do "NYT" já trata a Espanha como "the new Brazil", dizendo que o "beautiful game" mudou para lá. "A Espanha faz o que o Brasil fez por décadas -encanta"



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@ - Nelson de Sá



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