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Amorim critica subsídios agrícolas e cobra mais abertura de países ricos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, cobrou ontem dos países ricos uma maior
abertura comercial, sobretudo na
área agrícola, em seu discurso durante a abertura da conferência
internacional para discutir as Metas de Desenvolvimento do Milênio, realizada em Brasília.
Segundo ele, sem um tratamento mais justo no comércio internacional, as sete primeiras metas
do milênio (de um total de oito),
que incluem desde erradicação da
fome até democratização do acesso à água, não serão alcançáveis.
Ao enumerar os principais problemas que dificultam o cumprimento das metas sociais, Amorim
citou: "os bilionários subsídios
agrícolas dos países desenvolvidos", a instabilidade dos fluxos financeiros internacionais, o problema da dívida externa dos países em desenvolvimento, as condições de acesso a medicamentos
e a disseminação restrita dos
avanços tecnológicos.
O ministro também disse que o
crescimento econômico e a lógica
do mercado não são suficientes
para garantir maior justiça social.
O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, também enfatizou em seu discurso que a
"mão invisível" do mercado não
garantirá o bem-estar das populações. "É preciso a mão visível da
Justiça e da solidariedade."
Ao comentar os avanços obtidos na América Latina na última
década, Iglesias questionou a eficiência de políticas adotadas para
obter desenvolvimento.
A conferência continua hoje,
quando presidentes de países sul-americanos e do Caribe, inclusive
Lula, realizam uma mesa-redonda para discutir formas de atingir
as metas do milênio.
Iglesias deve confirmar hoje
uma ajuda de até US$ 2 bilhões
para o Bolsa-Família.
(LUCIANA CONSTANTINO e ANDRÉ SOLIANI)
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