São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 2005

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JUDICIÁRIO

Para tribunais, assunto é competência do Congresso; prazo de 90 dias para aplicar resolução começou na segunda passada

CNJ não pode proibir nepotismo, dizem TJs

THIAGO GUIMARÃES
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Presidentes de Tribunais de Justiça dos Estados e corregedores-gerais destes tribunais, reunidos em São Luís e em Maceió, respectivamente, divulgaram cartas criticando a atuação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Na última segunda, foi publicada no Diário da Justiça a resolução do CNJ que proíbe o nepotismo no Judiciário e dá prazo de 90 dias para que os parentes dos magistrados contratados sem concurso público sejam exonerados.
Os documentos dos desembargadores questionam a competência do CNJ para deliberar sobre assuntos internos da magistratura. Para os magistrados, o assunto é de competência do Congresso.
A carta divulgada pelos corregedores sugere que os tribunais "resistam ao cumprimento de determinações do CNJ que impliquem no desrespeito à Constituição". O desembargador Washington Freitas, do TJ de Alagoas e presidente do colegiado dos corregedores-gerais, disse, no entanto, estar disposto a abrir diálogo com o CNJ para evitar um confronto.
O desembargador aposentado José Fernandes Filho, que preside o colegiado dos presidentes dos tribunais de Justiça dos Estados, disse que os desembargadores foram surpreendidos pela publicação da resolução. Segundo ele, o colegiado dos presidentes havia apresentado ao CNJ algumas "ponderações" sobre a resolução, mas elas não foram apreciadas.
Segundo ele, os TJs ainda não discutiram se a resolução será questionada judicialmente.
Fausto Valença, que até semana passada presidia o colégio dos corregedores-gerais, afirmou que a divulgação das críticas foi um ato de "coragem para enfrentar situações que prejudicam as Justiças estaduais". "Estávamos acuados, vendo todo dia pela imprensa atitudes tomadas pelo CNJ sem consultar ninguém." O CNJ não se manifestou sobre as críticas.


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