São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

O homem

Ronaldo Marzagão, ex-policial militar e promotor aposentado do Ministério Público paulista, deverá ser o secretário da Segurança do governo de José Serra. Marzagão esteve na pasta, em função subordinada, na gestão Montoro. Depois, ocupou a Secretaria Nacional de Entorpecentes no governo Sarney, durante a passagem de Saulo Ramos pelo Ministério da Justiça.
Embora muito amigo do também promotor aposentado Luiz Antonio Fleury, Marzagão, de pouco menos de 60 anos, pertence ao grupo adversário do ex-governador (e do secretário Saulo de Castro Abreu Filho) dentro do MP, no qual se destacam o ex-procurador geral Luiz Antonio Marrey -que será o titular da Justiça- e o atual, Rodrigo Pinho.

Não-assunto. O escândalo do dossiê ficou de fora da conversa entre Lula e os petistas. Nem Marco Aurélio Garcia, quando fez o balanço da atuação do partido nas eleições, se referiu ao episódio.

Pela ordem. Famosos pelas reuniões intermináveis, os dirigentes petistas sugeriram a Lula que a comissão política do partido seja recebida pelo menos uma vez por mês no Planalto. O presidente até concordou, mas rapidamente destacou Tarso Genro para atender às demandas da sigla.

O tema é... Petistas presentes ao encontro com Lula ficaram com a impressão de que o presidente tratou logo de criticar a equipe econômica e cobrar "propostas concretas" a fim de deixar claro que não estava ali para ouvir choradeira por cargos. Se foi isso, funcionou: os dirigentes preferiram ficar na defensiva.

Espetado 1. Gu Anghu, acupunturista do presidente, tem em seu consultório em Brasília, além de várias fotos de Lula e Marisa, imagens em que aparece ao lado de outras autoridades. A mesa da recepcionista, por exemplo, era adornada havia tempos por uma de Aloizio Mercadante.

Espetado 2. Um cliente do consultório notou que, pós-feriado de Finados, no qual o médico acompanhou Lula no descanso na Bahia, a foto de Mercadante sumiu. Foi substituída pelas de Dilma Rousseff e Guido Mantega.

Sujeito oculto. Antes da entrevista do presidente do PMDB, Michel Temer, na terça, a trinca que comanda as negociações do partido com o governo -Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho- esteve com Lula no Palácio do Alvorada. O grupo disse ao presidente ver o dedo de José Dirceu nas investidas do PT contra o partido.

Afago. Logo após a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), reclamar para o PT a liderança do governo na Casa, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, ligou para Romero Jucá (RR) a fim de agradecer seu trabalho na função.

Em todas. Enquanto tenta se cacifar na disputa pela presidência da Câmara, Eunício Oliveira (PMDB) também trabalha para garantir o comando da Assembléia Legislativa do Ceará com o aliado Domingos Filho (PMDB), deputado estadual que lidera o bloco de apoio ao governador eleito Cid Gomes (PSB).

Página virada. Os governistas da Assembléia Legislativa de São Paulo pretendem votar a LDO na semana que vem a fim de abrir caminho para negociar um pacote com os deputados estaduais. A tentativa de "acordão" inclui Orçamento de 2007, composição da Mesa e mudanças no regimento da Casa para acelerar a aprovação de projetos.

Sem lenço. O TSE intimou Ana Maria Rangel a apresentar, num prazo de 72 horas, a prestação de contas de sua campanha à Presidência da República. A candidata derrotada do PRP tinha comunicado ao tribunal que não tem CNPJ, conta corrente da campanha nem recibos para comprovar doações e gastos.

Tiroteio

"Como ficou demonstrado com o apagão aéreo, as Forças Armadas no governo Lula estão, literalmente, com o "pires" na mão".
O deputado PAUDERNEY AVELINO (PFL-AM) faz piada com o nome do ministro da Defesa para comentar as divergências entre civis e militares quanto às medidas para solucionar o caos nos aeroportos.

Contraponto

Cola

Em reunião com deputados para discutir as verbas da Cultura em 2007, o ministro Gilberto Gil lembrava que o governo ainda não atingiu a meta sugerida pela ONU de gastar 1% do Orçamento da União nessa área.
-Mas os recursos triplicaram em relação a FHC-, observou Jorge Bittar (PT-RJ), escudeiro do Planalto.
Chico Alencar (PSOL-RJ) viu Paulo Rubem (PT-PE) fazendo anotações. Memorizou os dados e pediu a palavra:
-É, mas o montante representa menos que 2% do gasto com juros e serviço da dívida pública neste ano!
Antes que o chamassem de radical, Alencar emendou:
-Foi um petista sincero aqui do lado que fez as contas.


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