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Justiça manda arquivar processo criminal contra César Benjamin
Ação foi movida por editora e parceira de Emir Sader; réu acusou a dupla
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça mandou arquivar a
queixa-crime movida pela editora Ivana Jinkings, parceira de
Emir Sader e sócia da Boitempo Editorial, contra o também
editor César Benjamin, que foi
vice de Heloísa Helena na chapa presidencial pelo PSOL.
No processo, iniciado em fevereiro de 2005, Jinkings pedia
a condenação de Benjamin por
supostos crimes contra a honra, com pena de dez meses a
dois anos e meio de prisão.
Em agosto de 2004, Benjamin enviou um e-mail a colegas
anunciando que se desligava de
um projeto acadêmico de análise da conjuntura brasileira, financiado pela Fundação Rosa
Luxemburgo, da Alemanha, no
valor de 100 mil euros.
Na carta, o editor relata problemas na publicação do livro
"Governo Lula: Decifrando o
Enigma", parte do projeto. Diz
que a edição foi feita por Jinkings "por meio de uma licitação fraudada, com visível superfaturamento". Procurada
pela Folha desde segunda-feira, Jinkings preferiu não falar.
Em sua carta, Benjamin diz
ter sugerido a publicação do livro pela editora Contraponto,
da qual é sócio, por R$ 10 mil a
R$ 12 mil. Sader teria afirmado
que a fundação alemã exigia licitação entre editoras. Diante
da regra, Benjamin disse ter comunicado Sader da sua desistência de participar da disputa.
Ainda segundo a carta, o editor afirmou que, naquele mesmo dia, "por erro de endereçamento", recebeu uma mensagem em que Sader combinava
com Ivana a preparação do livro pela Boitempo. O valor estipulado para a publicação foi
de quase R$ 30 mil.
Após receber a carta, Jinkings processou Benjamin pelos crimes de calúnia (imputação falsa de crime), injúria (insulto à dignidade) e difamação
(imputar fato ofensivo). Sader
foi testemunha de acusação.
A Justiça não acolheu o pedido e mandou arquivar o caso
em 8 de novembro. Segundo
Benjamin, "Emir Sader é um
homem de sorte". "Lamento
que a Fundação Rosa Luxemburgo não tenha investigado o
caso. Saberia a verdade", disse.
Sader foi procurado pela Folha desde terça-feira, mas não
respondeu aos recados.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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