São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Justiça manda arquivar processo criminal contra César Benjamin

Ação foi movida por editora e parceira de Emir Sader; réu acusou a dupla

DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça mandou arquivar a queixa-crime movida pela editora Ivana Jinkings, parceira de Emir Sader e sócia da Boitempo Editorial, contra o também editor César Benjamin, que foi vice de Heloísa Helena na chapa presidencial pelo PSOL.
No processo, iniciado em fevereiro de 2005, Jinkings pedia a condenação de Benjamin por supostos crimes contra a honra, com pena de dez meses a dois anos e meio de prisão.
Em agosto de 2004, Benjamin enviou um e-mail a colegas anunciando que se desligava de um projeto acadêmico de análise da conjuntura brasileira, financiado pela Fundação Rosa Luxemburgo, da Alemanha, no valor de 100 mil euros.
Na carta, o editor relata problemas na publicação do livro "Governo Lula: Decifrando o Enigma", parte do projeto. Diz que a edição foi feita por Jinkings "por meio de uma licitação fraudada, com visível superfaturamento". Procurada pela Folha desde segunda-feira, Jinkings preferiu não falar.
Em sua carta, Benjamin diz ter sugerido a publicação do livro pela editora Contraponto, da qual é sócio, por R$ 10 mil a R$ 12 mil. Sader teria afirmado que a fundação alemã exigia licitação entre editoras. Diante da regra, Benjamin disse ter comunicado Sader da sua desistência de participar da disputa.
Ainda segundo a carta, o editor afirmou que, naquele mesmo dia, "por erro de endereçamento", recebeu uma mensagem em que Sader combinava com Ivana a preparação do livro pela Boitempo. O valor estipulado para a publicação foi de quase R$ 30 mil.
Após receber a carta, Jinkings processou Benjamin pelos crimes de calúnia (imputação falsa de crime), injúria (insulto à dignidade) e difamação (imputar fato ofensivo). Sader foi testemunha de acusação.
A Justiça não acolheu o pedido e mandou arquivar o caso em 8 de novembro. Segundo Benjamin, "Emir Sader é um homem de sorte". "Lamento que a Fundação Rosa Luxemburgo não tenha investigado o caso. Saberia a verdade", disse.
Sader foi procurado pela Folha desde terça-feira, mas não respondeu aos recados.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)


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