São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

PAC da publicidade

Às vésperas da nova licitação para definir as três agências que dividirão o bolo de R$ 150 mi anuais da conta de publicidade da Presidência, começou a ser veiculada na quarta passada, já sob protestos da oposição, a campanha "Mais Brasil para mais brasileiros", a cargo da Lew, Lara e da Matisse, agências que restaram do contrato do primeiro mandato.
A campanha reúne do Bolsa Família ao ProUni, passando pelo PAC. A idéia é mostrar uma "rede" unindo beneficiários de todos os projetos. A oposição reclama do tom político da campanha, que custou R$ 38 mi, e fala em ir à Justiça. Diz que a peça fere o artigo 37 da Constituição, que determina "caráter educativo, informativo ou de orientação social" na propaganda oficial, que não pode caracterizar "promoção pessoal".

Aos poucos. No mundo da publicidade, é dado como certo que Duda Mendonça, cuja agência era a "terceira perna" da conta-mãe da Presidência, entrará na licitação. A entrega das propostas está prevista para 17 de dezembro. O ensaio da volta do baiano à cena, pós-mensalão, foi na concorrência da Petrobras, cujo resultado sai em março do ano que vem.

Dique. A ordem do governo é não mexer em temas espinhosos no Senado enquanto não for liquidada a fatura da prorrogação do imposto do cheque. Assim, a entrada da Venezuela no Mercosul, a emenda constitucional que acaba com a reeleição e a regulamentação da emenda 29, da Saúde, devem ser colocados em banho-maria na Casa.

Bye-bye. Por causa da votação da cassação de Renan Calheiros (PMDB-AL), prevista para quinta-feira que vem, pelo menos três senadores cancelaram sua ida à reunião da União Interparlamentar, em Nova York. São eles Aloizio Mercadante (PT-SP), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Sem pré-datado. A maior pressão para que Renan Calheiros renuncie à presidência do Senado antes da votação em plenário do pedido de cassação de seu mandato vem dos petistas, que se sentiram logrados por terem salvo o mandato do peemedebista da primeira vez sem que ele abdicasse do cargo na Mesa.

Viva el rei. O tucano Flexa Ribeiro (PA) apresentou na Comissão de Relações Exteriores do Senado voto de congratulações ao rei Juan Carlos, da Espanha, por causa do "por que não te calas?" proferido por ele ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante reunião da Cúpula Ibero-Americana, no Chile.

Socorro 1. Integrantes da direção do PSDB pretendem colocar em pauta na reunião da Executiva do partido, na terça-feira, uma forma de intervir na crise política pela qual passa o governo de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul.

Socorro 2. Além enfrentar oposição até do DEM, aliado histórico, a governadora tucana sofre com a falta de estrutura de seu partido no Estado, o que tinha ficado claro no início do ano por causa da ausência de nomes para a formação de seu instável secretariado.

Natal colorido. Depois do Papai Noel azul inventado nos anos Joaquim Roriz (PMDB) para se contrapor ao vermelho do PT, Brasília vive agora um Natal verde. A cor aparece na propaganda de obras da gestão José Roberto Arruda (DEM) e, não por acaso, foi escolhida para a decoração de um shopping de Paulo Octávio, seu vice e correligionário.

Idéia no papel. Além de tentar emplacar obras para aplacar o problema da falta de creches via PPPs até o ano que vem, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que busca reeleição, planeja usar o mesmo modelo para a criação de parques industriais em zonas periféricas da cidade.

Diluído. Opositores do prefeito João Paulo não se entendem em Recife. São cinco os nomes que se apresentam como alternativa ao PT local.

Tiroteio

"Não se trata de expurgo, e sim de tentar manter a pluralidade. Afinal, o Ipea do Rio é praticamente monolítico no que se refere a pensamento econômico conservador."


Do economista AMIR KHAIR, secretário de Finanças na gestão Luiza Erundina (1988-1992), sobre o afastamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de pesquisadores não-alinhados ao governo.

Contraponto

Fichados

Prefeito de Americana entre 1968 e 1972, o empresário Abdo Najar, filiado ao então MDB, era conhecido por pegar no pé dos funcionários desse município paulista. Num dia em que circulava pela cidade, viu um grupo de homens dormindo num caminhão que julgou ser da prefeitura. Rapidamente, acordou todo mundo:
-Vão lá me visitar. Tenho uma surpresa para vocês.
A turma foi recebida com um aviso à queima-roupa:
-Já para o Departamento Pessoal. Estão demitidos!
-Mas nós nem trabalhamos para prefeitura...
-Ah, é? Então passa lá do mesmo jeito, para ficar registrado que na prefeitura vocês não vão trabalhar nunca!


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