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Eleição implode comando petista em SP
Disputa pelo Diretório Estadual do partido divide as principais estrelas e ameaça a unidade eleitoral
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
No Estado onde o PT foi mais
atingido pelos recentes escândalos do mensalão (2005) e dos
aloprados (2006), a disputa para comandar o Diretório Estadual de São Paulo implodiu a
cúpula do partido e já ameaça a
unidade da sigla rumo às eleições de 2008 e 2010.
Dois candidatos despontam
como favoritos e dividem as estrelas petistas, até então historicamente unidas no controle
do PT paulista. Edinho Silva,
prefeito de Araraquara, tem o
apoio dos ex-ministros José
Dirceu e Antonio Palocci, do
ministro Luiz Marinho (Previdência) e do deputado Rui Falcão, por exemplo.
Mas Zico Prado, deputado
estadual, é amparado na sua
campanha, entre outros, pelos
deputados federais João Paulo
Cunha e Cândido Vaccarezza e
pelo atual presidente estadual
do PT de São Paulo, Paulo Frateschi, até pouco tempo histórico aliado de Dirceu.
Antes da crise do mensalão
(escândalo da transferência de
recursos pelo PT a parlamentares), em 2005, todos transitavam próximos ao antigo Campo Majoritário, hoje CNB
(Construindo um Novo Brasil).
A eleição, marcada para o dia
2, misturou as correntes. A disputa, no entanto, indica que será pouco provável a união dos
petistas em torno das candidaturas para as eleições, já que até
o grupo da ministra Marta Suplicy (Turismo), hegemônico
na capital, está rachado.
"Eu não sei o motivo de eles
[aliados da ministra] não estarem me apoiando", diz Zico
Prado, integrante da tendência
Novo Rumo, ligada à Marta e
criada na esteira do mensalão.
Zico não conta com o voto de
Falcão, por exemplo, ex-secretário de Governo da petista na
Prefeitura de São Paulo.
"Estou com Edinho pela história política dele, experiência
como prefeito, pela proposta de
reformas e capacidade organizativa, haja visto o leque de
apoios a sua candidatura, que
misturou quase todas as tendências", diz Falcão.
Oficialmente do CNB, a chapa de Edinho agrega nomes do
Novo Rumo que entendem que
Frateschi, envolvido no caso do
dossiê (tentativa frustrada de
compra de um dossiê contra tucanos) continuará com forte
influência no diretório se Zico
vencer. Para esse grupo, é preciso renovação.
"Houve uma tentativa de
buscar um nome que unificasse, mas eles [grupo de Zico]
acharam por bem lançar um
candidato que representasse a
atual direção", diz Edinho.
Os dois lados não arriscam
palpites, mas concordam que a
possibilidade de haver segundo
turno é grande, o que pode acirrar ainda mais os ânimos.
Com isso, caso Marta, nome
tido como "natural", não aceite
concorrer à prefeitura paulistana ano que vem, o PT deverá se
engalfinhar no processo de definição de seu candidato, ainda
que os atuais postulantes ao diretório estadual neguem.
Podem votar na eleição todos
os filiados ao PT em dia com
suas obrigações partidárias.
Em caso de nenhum dos candidatos obter maioria simples dia
2, haverá segundo turno. Também disputam a eleição Renato
Simões, Angélica Fernandes,
Pedro Santinho e Misa Boito.
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