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Haddad ganha cada vez mais visibilidade
Ministro da Educação, que só perde em aparições na TV para titular da Saúde, figura em listas para 2010
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Petista de perfil mais técnico
do que político, com avaliação
em alta no Planalto, Fernando
Haddad (Educação) fez, na
quarta-feira passada, o seu
quarto pronunciamento do ano
em cadeia de rádio e TV, exposição atípica para ministros da
Educação no governo Lula.
Desde que assumiu o ministério, há três anos e quatro meses, Haddad só perde em aparições para o titular da Saúde.
No Planalto e no MEC, assessores negam que o objetivo seja
jogar holofotes sobre o ministro. Dizem que ele foi a público
anunciar novidades importantes de sua área.
Mas o fato é que Haddad tem
ganhado cada vez mais visibilidade. À frente de uma pasta tida como prioritária neste segundo mandato do PT, o ministro da Educação já figura na lista de apostas eleitorais para
2010, sobretudo em São Paulo.
"É um nome que não pode
ser descartado. Tem projeção,
está à frente de um projeto importante do Lula. Mas as conversas sobre candidatura só vão
se intensificar em 2009", diz o
presidente nacional do partido,
Ricardo Berzoini.
Neste ano, Haddad fez 18 viagens a tiracolo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, número que pode quintuplicar em
2009. Lula quer celebrar o centenário de criação da primeira
escola técnica do Brasil com a
inauguração de 100 novos institutos do gênero, o que garantirá palanques a ele e ao ministro, às vésperas da eleição.
Professor da USP (Universidade de São Paulo), Haddad foi
para Brasília como assessor do
Ministério do Planejamento.
Do Planejamento, assumiu a
secretaria-executiva do Ministério da Educação. Ganhou a
coordenação da pasta por uma
circunstância política -o mensalão levou o então ministro da
área, Tarso Genro, à presidência do PT- e soube aproveitar a
visibilidade do cargo. Lula, nas
palavras de um auxiliar direto,
considera Haddad uma das
"boas revelações".
Apesar de filiado ao PT há vários anos, o ministro nunca disputou um cargo eletivo e, segundo auxiliares, demonstra
ter ambições acadêmicas, e não
eleitorais. Mas passou a ser visto dentro do partido como alternativa de "renovação", sobretudo num momento em que
o PT tenta se reaproximar da
classe média em São Paulo.
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