São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2008

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Haddad ganha cada vez mais visibilidade

Ministro da Educação, que só perde em aparições na TV para titular da Saúde, figura em listas para 2010

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Petista de perfil mais técnico do que político, com avaliação em alta no Planalto, Fernando Haddad (Educação) fez, na quarta-feira passada, o seu quarto pronunciamento do ano em cadeia de rádio e TV, exposição atípica para ministros da Educação no governo Lula.
Desde que assumiu o ministério, há três anos e quatro meses, Haddad só perde em aparições para o titular da Saúde.
No Planalto e no MEC, assessores negam que o objetivo seja jogar holofotes sobre o ministro. Dizem que ele foi a público anunciar novidades importantes de sua área.
Mas o fato é que Haddad tem ganhado cada vez mais visibilidade. À frente de uma pasta tida como prioritária neste segundo mandato do PT, o ministro da Educação já figura na lista de apostas eleitorais para 2010, sobretudo em São Paulo.
"É um nome que não pode ser descartado. Tem projeção, está à frente de um projeto importante do Lula. Mas as conversas sobre candidatura só vão se intensificar em 2009", diz o presidente nacional do partido, Ricardo Berzoini.
Neste ano, Haddad fez 18 viagens a tiracolo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, número que pode quintuplicar em 2009. Lula quer celebrar o centenário de criação da primeira escola técnica do Brasil com a inauguração de 100 novos institutos do gênero, o que garantirá palanques a ele e ao ministro, às vésperas da eleição.
Professor da USP (Universidade de São Paulo), Haddad foi para Brasília como assessor do Ministério do Planejamento.
Do Planejamento, assumiu a secretaria-executiva do Ministério da Educação. Ganhou a coordenação da pasta por uma circunstância política -o mensalão levou o então ministro da área, Tarso Genro, à presidência do PT- e soube aproveitar a visibilidade do cargo. Lula, nas palavras de um auxiliar direto, considera Haddad uma das "boas revelações".
Apesar de filiado ao PT há vários anos, o ministro nunca disputou um cargo eletivo e, segundo auxiliares, demonstra ter ambições acadêmicas, e não eleitorais. Mas passou a ser visto dentro do partido como alternativa de "renovação", sobretudo num momento em que o PT tenta se reaproximar da classe média em São Paulo.


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