São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Até abril

Na manchete do "New York Times", "Líderes mundiais prometem esforço conjunto para ajudar economia". Do "Washington Post", "Líderes mundiais concordam em buscar ampla reforma". Na manchete on-line do "Financial Times", "Líderes mundiais se unem para restaurar crescimento".
Abaixo dos enunciados retumbantes, os textos relativizaram os avanços do G20. No "NYT", "grandes decisões foram adiadas" e "nova rodada foi marcada para abril, num teste para Barack Obama". No "WP", definiram-se "princípios amplos, deixando detalhes para os assessores, até o novo encontro em abril". Para o "FT", os "líderes definiram uma agenda ambiciosa", mas "passos concretos" só em abril.

chinadaily.com
Na home do jornal estatal, o "raro encontro de nações desenvolvidas e em desenvolvimento"


PROMESSAS
A manchete on-line do "Wall Street Journal" foi a mais cética, "G20 oferece promessas". Os "líderes globais mostraram união e prometeram grandes ações":
- Mas o grupo, que se reuniu por menos de seis horas, deixou a maioria das decisões difíceis para o futuro.

MAIS PRÓXIMOS
Na manchete on-line do "China Daily", "Líderes mundiais concordam em agir" de forma "mais próxima e coordenada" na crise, mas:
- Eles adiaram planos detalhados sobre a revisão do sistema financeiro e até um próximo encontro, na administração Obama.

OBAMA DIANTE DO G20
change.gov
Quanto a Obama, deu poucos sinais sobre a cúpula. Sábado pela manhã, no site de transição (acima), postou seu primeiro "Pronunciamento Semanal do Presidente Eleito" sobre o G20. Elogiou Bush por "iniciar o processo" e já passou para a cobrança do plano de estímulo que os democratas querem aprovar. Falando ao "60 Minutes" sexta, antes do G20, insistiu no pacote, que Bush rejeita.
As manchetes de Huffington Post e Politico, ontem, seguiram o "NYT" e destacaram que a marcação da nova cúpula para abril já pressiona Obama à ação.

ft.com
"FT" se mostrou simpático ao G20, mas ironizou o tamanho do grupo, comparado ao "Spruce Goose" de Howard Hughes

A MORTE DO G8
No dominical "Observer", Larry Elliott escreveu que "Esta cúpula sinaliza o fim do clube exclusivo das nações ricas". Sem Obama, foi como como ""Hamlet" sem o príncipe", mas teve cinco "realizações", sendo a maior delas que, "finalmente, soou o sino de morte para o G8".

A MORTE DO G7
No "FT", Clive Crook foi mais cético. Escreveu que, "para muitos, o encontro não importou pela simples razão de que o presidente eleito não estava lá". Mas avaliou que "a coisa mais importante foi geopolítica" e que "seria bom se provasse ser a certidão de morte do velho G7".

A ORDEM DAS CADEIRAS
washingtonpost.com
No "WP" (acima), destaque para os EUA, ladeados por Brasil e Japão, na cúpula de sábado. No "China Daily", a foto on-line ressaltou o presidente Hu Jintao ao lado de George W. Bush, no jantar de sexta. Na home do espanhol "El País", a foto posada de sábado, com o primeiro-ministro José Luis Zapatero logo atrás de Bush e Lula.
O "NYT", ontem sobre o jantar, ironizou que "a verdadeira história foi a distribuição dos lugares à mesa". Bush cercado por Lula e Hu "foi uma ilustração de como a crise refez a ordem econômica mundial".

"BRAZILIANS, GO HOME"
Na "Newsweek", "Conforme Brasil se torna ator mais poderoso, seus vizinhos se mostram vez mais agressivos". Diz que a reação vem sobretudo de Bolívia, Paraguai etc. -e que, "ironicamente, Lula segue popular" nos mesmos. Mas sua "tolerância" está próxima do limite.


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@ - Nelson de Sá



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