São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Lula enaltece sua gestão ao falar na ONU contra a fome

Para ele, ricos preocuparam-se com crise econômica, mas não com "crise da comida"

Ao discursar em conferência da ONU sobre segurança alimentar, presidente faz publicidade do Bolsa Família e até do Luz para Todos


DA ENVIADA A ROMA

O presidente Lula aproveitou a chance de empunhar uma de suas bandeiras favoritas -o combate à fome- e fez um palanque da conferência da FAO sobre segurança alimentar ontem. O púlpito do órgão da ONU para alimentação, em Roma, serviu para Lula desfiar realizações e atacar seus críticos e os países ricos.
"Programas como o Bolsa Família atendem mais de 50 milhões de brasileiros", disse sobre o tema da conferência. Ao seguir enumerando, foi mais longe: famílias beneficiadas pela reestruturação fundiária, ampliação do aumento de crédito, conquistas ambientais e até -dias após o mega-apagão no país- o Luz Para Todos.
O presidente também não deixou de mirar rivais. "A economia estava organizada para atender apenas 60% dos brasileiros (...) Milhões de seres humanos eram vistos como estorvo", afirmou a uma plateia minguada em termos de geopolítica global. "Qualquer esforço para socorrê-los era visto -e ainda é- por alguns como "'assistencialismo" ou "populismo"."
O presidente ainda criticou os países ricos por nada fazerem contra a fome, após darem tanto dinheiro para resgatar o mercado financeiro durante a crise, e questionou as práticas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
"A verdade crua é que você não espera que os países ricos venham à FAO anunciar que vão dar dinheiro", disse depois a jornalistas, ao responder sobre a ausência de outros líderes mundiais de peso na cúpula em Roma -apesar de 2008 ter sido marcado pela "crise da comida", quando a escassez de alimentos motivou protestos em várias partes do mundo, e de a ONU ter alertado no início do ano que a fome já atingia mais de 1 bilhão de pessoas.
Seu discurso foi precedido pelo do papa Bento 16, que por sua vez falou depois de Muammar Gaddafi. O ditador líbio criticou as potências colonialistas e sua inação, enquanto o líder religioso ligou a mudança climática à fome no mundo. (LC)


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