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RUMO A 2000
Presidente do PDT pode concorrer à prefeitura e diz que partido não tem compromisso de apoiar PT
Brizola pensa em ser candidato no Rio
Patrícia Santos - 27.out.99/Folha Imagem
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O presidente do PDT, Leonel Brizola, que pode concorrer no Rio |
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
O presidente nacional do PDT,
Leonel Brizola, 77, disse ontem
que poderá concorrer à Prefeitura
do Rio de Janeiro no próximo
ano. Segundo ele, está "decidido"
que o partido terá candidato próprio em São Paulo, Rio e Belo Horizonte, cujos resultados terão
"grande peso" na sucessão presidencial de 2002.
Brizola afirmou que a aliança
com o PT no Rio se "esgotou" na
eleição do pedetista Anthony Garotinho para o governo do Estado, em 98, e que não há compromisso do PDT em apoiar a provável candidata do PT à prefeitura,
Benedita da Silva. "O PT não admite apoiar o PDT em nenhum
lugar." O pedetista disse que, ao
adotar essa postura "excludente",
o PT adota uma prática contrária
ao discurso que emprega.
Ele avaliou que os candidatos de
oposição têm chances de vitória
nas três grandes capitais do Sudeste, o que pode "sacudir o coreto" do governo federal, forçando-o, por exemplo, a mudanças na
política econômica. ÂSobre sua
candidatura, afirmou que ela "é
uma possibilidade", que poderá
se concretizar em razão do "apelo
popular" e do interesse do PDT.
"Eu não estou me postulando,
mas admito que possa surgir minha presença no pleito." Brizola já
foi eleito governador do Rio duas
vezes (82 e 90).
Garotinho
O presidente do PDT voltou a
fazer críticas a Garotinho. "Ele
saiu numa escalada para ser candidato a presidente. Mas, primeiro, tem de fazer um bom governo.
Como está colocando isso (a candidatura à Presidência) como
prioridade, assume posições que
nos deixam preocupados, como
essa corrida em busca do apoio
eleitoral das confissões religiosas
evangélicas. Temos muitas reservas a esse respeito", disse.
"Nosso partido é republicano e
laico. Nossos governantes, nessa
matéria religiosa, têm de ser mais
ou menos ecumênicos. Não podem estar exaltando demasiadamente uma religião em detrimento das outras."
Brizola condenou o fato de a Secretaria da Habitação do Rio ter
sido entregue a um pastor. "Eles
têm outra formação e não estão
preparados para a vida política",
afirmou, acrescentando que é
preciso superar essas "deformações", a fim de que não haja uma
volta ao "obscurantismo", a uma
espécie de "fundamentalismo".
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