São Paulo, Sexta-feira, 17 de Dezembro de 1999


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RUMO A 2000
Presidente do PDT pode concorrer à prefeitura e diz que partido não tem compromisso de apoiar PT
Brizola pensa em ser candidato no Rio

Patrícia Santos - 27.out.99/Folha Imagem
O presidente do PDT, Leonel Brizola, que pode concorrer no Rio



CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre


O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, 77, disse ontem que poderá concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro no próximo ano. Segundo ele, está "decidido" que o partido terá candidato próprio em São Paulo, Rio e Belo Horizonte, cujos resultados terão "grande peso" na sucessão presidencial de 2002.
Brizola afirmou que a aliança com o PT no Rio se "esgotou" na eleição do pedetista Anthony Garotinho para o governo do Estado, em 98, e que não há compromisso do PDT em apoiar a provável candidata do PT à prefeitura, Benedita da Silva. "O PT não admite apoiar o PDT em nenhum lugar." O pedetista disse que, ao adotar essa postura "excludente", o PT adota uma prática contrária ao discurso que emprega.
Ele avaliou que os candidatos de oposição têm chances de vitória nas três grandes capitais do Sudeste, o que pode "sacudir o coreto" do governo federal, forçando-o, por exemplo, a mudanças na política econômica. ÂSobre sua candidatura, afirmou que ela "é uma possibilidade", que poderá se concretizar em razão do "apelo popular" e do interesse do PDT. "Eu não estou me postulando, mas admito que possa surgir minha presença no pleito." Brizola já foi eleito governador do Rio duas vezes (82 e 90).
Garotinho
O presidente do PDT voltou a fazer críticas a Garotinho. "Ele saiu numa escalada para ser candidato a presidente. Mas, primeiro, tem de fazer um bom governo. Como está colocando isso (a candidatura à Presidência) como prioridade, assume posições que nos deixam preocupados, como essa corrida em busca do apoio eleitoral das confissões religiosas evangélicas. Temos muitas reservas a esse respeito", disse.
"Nosso partido é republicano e laico. Nossos governantes, nessa matéria religiosa, têm de ser mais ou menos ecumênicos. Não podem estar exaltando demasiadamente uma religião em detrimento das outras."
Brizola condenou o fato de a Secretaria da Habitação do Rio ter sido entregue a um pastor. "Eles têm outra formação e não estão preparados para a vida política", afirmou, acrescentando que é preciso superar essas "deformações", a fim de que não haja uma volta ao "obscurantismo", a uma espécie de "fundamentalismo".

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