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DEFESA
Ex-guerrilheiro recusou oferta
Bancada do PT sugere Apolônio para conselho
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A coordenação da bancada de
deputados federais do PT se reuniu ontem e decidiu sugerir o nome do ex-guerrilheiro Apolônio
de Carvalho, 91, para integrar o
Conselho da República, órgão
previsto na Constituição para servir de auxílio ao presidente nos
casos de estado de sítio, estado de
defesa, intervenção federal ou em
questões "relevantes para a estabilidade das instituições".
Informado da decisão pelo deputado Chico Alencar (PT-RJ), o
ex-guerrilheiro recusou a oferta,
pois problemas de saúde o impediriam de desempenhar a função.
Apolônio está no centro de uma
divergência entre ministros do
governo Lula. De um lado, Márcio Thomaz Bastos (Justiça) quer
que o ex-guerrilheiro seja promovido, por mérito, a general. O ministro José Viegas (Defesa) se declarou contra a idéia, opinião expressada pelo Exército.
Ontem, o atrito ficou evidente.
Viegas disse que não haveria a
promoção, e Thomaz Bastos chamou Apolônio de "herói" e disse
que a decisão "depende do presidente Lula".
Apolônio foi expulso do Exército em 1936 sob a acusação de participação na Intentona Comunista, tentativa fracassada de derrubada do primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945). Na época, era segundo-tenente.
O Conselho da República é formado pelo vice-presidente, pelos
presidentes da Câmara e do Senado, pelo ministro da Justiça, por
líderes de blocos no Congresso e
por seis cidadãos.
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