São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2006/GOVERNO DE SÃO PAULO

Peemedebista afirma ter ficado surpreso com o resultado da pesquisa Datafolha, que aponta sua liderança na sucessão paulista

Quércia diz ser "empurrado" para eleição

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA RIBEIRÃO

Dizendo-se, agradavelmente, surpreso com a liderança na pesquisa Datafolha para o governo do Estado de São Paulo, o peemedebista Orestes Quércia admitiu ontem a possibilidade de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Quércia disse que pretendia esperar até março para decidir-se sobre a candidatura, mas reconheceu que a pesquisa pode precipitar seu lançamento.
"Pretendia esperar até março. Mas isso era antes da pesquisa. As circunstâncias estão me empurrando para a disputa."
Presidente do PMDB no Estado, Quércia concordou com a análise do diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, segundo a qual muitos eleitores declaram voto a ele por exclusão. "Há muitos insatisfeitos com o PT e com o PSDB", ponderou.
Quércia atribui, no entanto, sua liderança à coerência das críticas à política econômica, "seja no governo FHC ou no governo Lula".
"Evidentemente, eu tenho minha força, mas tem também a questão da rejeição que existe em razão da política econômica, falta de crescimento do país. Ele não cresce há 20 anos. Hoje, existe uma crescimento mínimo, que não chega a 3%. O governo comemora, e a Argentina está crescendo 10%", disse.
Embora se diga surpreso com o resultado do Datafolha, Quércia tem acompanhado, com pesquisas, a evolução dos votos no interior. A surpresa foi ter derrotado Fernando Henrique Cardoso. "Na última pesquisa, eu já tinha 30%. Mas o Fernando Henrique não foi incluído", contou Quércia.
Segundo ele, o índice de intenção de votos no ex-presidente vem caindo nos últimos dois meses. "O que a gente não esperava era ter batido Fernando Henrique", disse o deputado estadual Jorge Caruso, lembrando que, em recente pesquisa, em 20 cidades da região de Rio Claro, o ex-presidente ainda estava na frente.
Em outra pesquisa, sobre o potencial de transferência de votos, era a ex-prefeita Marta Suplicy quem lideraria a disputa. "Aquela pesquisa estava errada. Veio distorcida", comentou Quércia, revelando o quanto trabalha pela eleição.
Sem ocupar o noticiário nacional, Quércia tem dedicado pelo menos dois fins-de-semana por mês à campanha no Estado. Só em 2005, visitou dez diferentes regiões. A rotina é a mesma: às sextas-feiras, ele percorre cerca de 30 municípios acompanhado de líderes locais, dá entrevistas e conversa com eleitores.
Aos sábados, se reúne na cidade que escolheu como pouso para uma reunião com todos os políticos da região. "Ele faz isso a cada 15 dias", disse o líder do PMDB na Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite. Ontem, Quércia esteve em Ribeirão Preto. "A gente não pará, não", diz ele.
O ex-governador apareceu, durante um minuto, no programa partidário do PMDB exibido em rede nacional. Em novembro, no estadual, Quércia contou com quase quatro minutos de participação, além da exposição de suas obras.
Ao comentar o cenário nacional, o ex-governador disse ver um problema no PMDB, que não tem um candidato de consenso à Presidência da República.
"Há uma reação muito forte à candidatura do Garotinho por parte de lideranças importantes do partido."


Texto Anterior: Brasília exala um cheiro "fétido", diz presidente da OAB
Próximo Texto: PT e PSDB "ajudam" Quércia, diz analista
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.