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ELEIÇÕES 2006/GOVERNO DE SÃO PAULO
Maioria dos simpatizantes de Marta não vota em Mercadante, e vice-versa; candidatos tucanos também não transferem votos
Pesquisa mostra divisão no eleitorado do PT
DA REPORTAGEM LOCAL
Um toque de infidelidade. A
maioria dos eleitores da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) não votaria
no líder do governo do Senado,
Aloizio Mercadante, se fosse ele o
candidato do PT ao governo de
São Paulo. E vice-versa.
A primeira pesquisa do Datafolha sobre a corrida para o Palácio
Bandeirantes analisou seis cenários, três nos quais Marta foi apresentada como candidata e três
com Mercadante na chapa petista. Também foram apresentados
diferentes nomes do PSDB.
No cenário que inclui o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como candidato tucano,
apenas 37% dos votos de Marta
migrariam para Mercadante. Outros 42% transfeririam seu voto
para outros candidatos -sendo
18% para FHC e 17% para o ex-governador Orestes Quércia- e
17% votariam em branco ou nulo.
Na simulação em que FHC é
substituído pelo vereador José
Aníbal, 39% dos eleitores de Marta votariam em Mercadante. Com
o ex-ministro Paulo Renato Souza, esse percentual seria de 40%.
O fenômeno é o mesmo com os
que manifestaram preferência
por Mercadante. No cenário que
oferece FHC como alternativa,
apenas 40% dos eleitores do senador destinariam seus votos a Marta, caso ela fosse a escolhida. Outros 20% dos eleitores do senador
prefeririam anular ou votar em
branco, enquanto 36% votariam
em outros candidatos.
O grau de transferência de votos
para Marta seria de 42% caso José
Aníbal ou Paulo Renato fossem os
candidatos do PSDB.
O diretor-geral do Datafolha,
Mauro Paulino, lembra que "os
dois têm um perfil de eleitorado
bem diferente". Os números seriam a demonstração de que, na
disputa, não prevalece a "fidelidade ao partido, mas ao candidato".
Dizendo-se otimista com o resultado, Mercadante disse que a
diferença do perfil possibilitará
ampliar o eleitorado do PT. Essa
resultado, avalia, dependerá da
forma como será travada a disputa interna. "Poderemos agregar e
ter uma candidatura mais consistente." Como optou por escrever
uma nota, Marta não comentou
esse aspecto. "Considero muito
encorajador estar em segundo lugar das preferências eleitorais em
todos os cenários", diz a nota.
A infidelidade não é exclusividade petista. Na disputa com
Marta, apenas 16% dos eleitores
de FHC votariam em Aníbal.
Com Paulo Renato, só 6% optariam pelo PSDB. Contra Mercadante, 13% dos eleitores de FHC
votariam em Aníbal; 5% votariam
em Paulo Renato.
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