São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2005

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ELEIÇÕES 2006/GOVERNO DE SÃO PAULO

Maioria dos simpatizantes de Marta não vota em Mercadante, e vice-versa; candidatos tucanos também não transferem votos

Pesquisa mostra divisão no eleitorado do PT

DA REPORTAGEM LOCAL

Um toque de infidelidade. A maioria dos eleitores da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) não votaria no líder do governo do Senado, Aloizio Mercadante, se fosse ele o candidato do PT ao governo de São Paulo. E vice-versa.
A primeira pesquisa do Datafolha sobre a corrida para o Palácio Bandeirantes analisou seis cenários, três nos quais Marta foi apresentada como candidata e três com Mercadante na chapa petista. Também foram apresentados diferentes nomes do PSDB.
No cenário que inclui o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como candidato tucano, apenas 37% dos votos de Marta migrariam para Mercadante. Outros 42% transfeririam seu voto para outros candidatos -sendo 18% para FHC e 17% para o ex-governador Orestes Quércia- e 17% votariam em branco ou nulo.
Na simulação em que FHC é substituído pelo vereador José Aníbal, 39% dos eleitores de Marta votariam em Mercadante. Com o ex-ministro Paulo Renato Souza, esse percentual seria de 40%.
O fenômeno é o mesmo com os que manifestaram preferência por Mercadante. No cenário que oferece FHC como alternativa, apenas 40% dos eleitores do senador destinariam seus votos a Marta, caso ela fosse a escolhida. Outros 20% dos eleitores do senador prefeririam anular ou votar em branco, enquanto 36% votariam em outros candidatos.
O grau de transferência de votos para Marta seria de 42% caso José Aníbal ou Paulo Renato fossem os candidatos do PSDB.
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, lembra que "os dois têm um perfil de eleitorado bem diferente". Os números seriam a demonstração de que, na disputa, não prevalece a "fidelidade ao partido, mas ao candidato".
Dizendo-se otimista com o resultado, Mercadante disse que a diferença do perfil possibilitará ampliar o eleitorado do PT. Essa resultado, avalia, dependerá da forma como será travada a disputa interna. "Poderemos agregar e ter uma candidatura mais consistente." Como optou por escrever uma nota, Marta não comentou esse aspecto. "Considero muito encorajador estar em segundo lugar das preferências eleitorais em todos os cenários", diz a nota.
A infidelidade não é exclusividade petista. Na disputa com Marta, apenas 16% dos eleitores de FHC votariam em Aníbal. Com Paulo Renato, só 6% optariam pelo PSDB. Contra Mercadante, 13% dos eleitores de FHC votariam em Aníbal; 5% votariam em Paulo Renato.


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