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Presidência turbina gastos no setor em ano de eleição
DA REPORTAGEM LOCAL
A Presidência gastou mais
com publicidade em anos eleitorais do que em anos sem disputa nas urnas. Levantamento
feito pela Folha revelou que os
anos de 2004 e 2006 foram os
que a administração petista
mais desembolsou. Em 2005 e
2007, as despesas caíram.
Em valores absolutos, o ano
de 2006, em que o presidente
Lula foi reeleito, foi o recordista em gastos, com R$ 156,1 milhões. Em seguida aparece
2004, ano de eleições municipais, com R$ 137 milhões.
Em 2005, o valor foi de
R$ 102,7 milhões. De janeiro a
setembro deste ano, a Presidência gastou R$ 43,6 milhões
com propaganda.
A média mensal de gastos
com propaganda foi de R$ 11,4
milhões em 2004 e de R$ 13
milhões em 2006. Em 2005, a
média mensal foi de R$ 8,5 milhões. Em 2007, até setembro,
foi de R$ 4,8 milhões.
Entre 2004 e 2007, a agência
de publicidade Lew Lara Propaganda recebeu R$ 158,8 milhões da Presidência, e 77% do
total (R$ 106 milhões) foram
pagos em anos eleitorais. A outra contratada, a Matisse, recebeu um pouco mais, R$ 160 milhões, e 78% dessa quantia foi
paga nos anos de 2004 e de
2006. A empresa do publicitário Duda Mendonça, que não
trabalha mais com o governo,
recebeu R$ 93,4 milhões nos
anos de 2004 e 2005.
Os valores apresentados foram corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Ampliado), do IBGE.
A secretaria de Comunicação
da Presidência não reconheceu
as conclusões obtidas a partir
da leitura dos dados públicos
disponíveis para consulta no
Portal Transparência. Segundo
a secretaria, o governo tem menos despesas em anos eleitorais do que em outros anos devido à Lei Eleitoral (9.504/97),
que impede que os gastos com
publicidade seja superior à média dos três últimos anos.
De acordo com a secretaria,
os gastos na área de publicidade têm caído anualmente, saindo de R$ 145,7 milhões em
2004 para R$ 141 milhões em
2005 e R$ 100 milhões em
2006.
(AFONSO BENITES e RUBENS VALENTE)
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